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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SORRELFA DE HORIZONTES LONGÍNQUOS Manoel Lacerda Lemos


Ao  João Alves da Fonseca Filho (João Comunitário)


Sonhos de liberdade em olhos de brilho intenso
Visões de horizonte límpido na distância a-nunciadas
Retinas vislumbram desejos de amplitude e nitidez
De perspectivas solenes a cobrirem o vazio
De soslaio o silêncio mergulha infinitos em uni-versos
Ângulos soltos na luminosidade
Raios de sol incidem horizontes em verbo de
Pretéritos imperfeitos.

Uni-versos de sentimentos de amor e ternura
(Minh´alma há de sair versando vozes em pleno azul celeste
Tecendo na nudez de paisagens o sono de silvestres eternos)
Abrem de outrora a alegria de êxtases
De vontades longínquas e perdidas a nostalgia
Alça vôos crepusculares e milenares.

A alma sedenta de emoções outras silencia dores
Sofrimentos calados re-fletem no espaço nuvens
Níveo sudário agasalha a melancolia do espírito
Debaixo do sol re-criando o mundo de páginas literárias
O amor cultivado em benditos contornos.

Fumaças de quimeras, fantasias con-templadas
Comungam solidões seculares, medos milenares
De esquecimentos de pleno e eterno em dias ensimesmados
Em horas de etéreas linhas o diamante risca no horizonte o efêmero
O coração pulsa os fugazes idílios do instante
O sangue corre nas veias do tempo.

O calor sobe, a face ruboriza de pretéritos
Imperfeitos verbos de sonhos
Perfeitas palavras de desejos e vontades de celestes paraísos
Horizontes e uni-versos indicativos à luz de sentidos amores e carícias
À sombra do sono que ad-virá de imagens outras
Re-fletidas na superfície de espelhos côncavos
Nos desertos de ilusões múltiplas. 

Horizonte e uni-versos
Sem ritmos que adornem a música do eterno
Melodia que embeleze a estrofe lírica da liberdade
Para sonhar lágrimas e emoção de esperança
O espírito con-duz as estações de paz
Re-nasce da fé o esplendor de magias.

Compasso que ritme o verso de verbos ocultos
Em madrugadas frias de amor e espírito
Sem lírica que a língua prescreva as efusões
Da palavra que trans-cende, ascende a pena
Que retira do arco-íris as cores da tinta fresca
Que embelezará as linhas sinuosas de tempos e outroras
Da palavra que os sonhos mostram na sua escrita.

Uni-versos e horizontes
Sem in-versa razão a modular os princípios
Da alma que geme de pecado os sofrimentos
Grita de dores as culpas de imperfeitos sonhos
Sofre de medos as dúvidas de enganos
A modelar os inícios do espírito
Que forjam a esperança de novos crepúsculos...

Raios de ínfimas partículas espalham a luz viva
A-nuncia a vida o sagrado espectro visível
Permanece da sabedoria a claridade intensa
Infinito de luzes incandescentes ilustra esperanças
Com vontade de realizar a longa espera
De horizontes e uni-versos de ilusões que traz
O mar da vida, o espelho de cristal que re-flete
Diademas de luz na rua infinita.

Poesia é isto:
Adulterar as in-versas razões em sentimentos de verbos
Falsificar as re-versas emoções em versos de sentimentos
Racionalizar a poética do espírito nas líricas solenes de  estrofes
Em busca da Vida.

Que importa aos versos
As coordenadas do tempo e espaço?
Que importa aos verbos
Os uni-versos de atitudes e ações puras?
Que fio de linha tece de verbos os versos
Imperfeitos da beleza ao divino da forma?
Beber água da fonte na concha das mãos
Sacia a sede da sagrada esperança
De tudo trans-luzir, de tudo iluminar
O perfil do céu no desenho das nuvens
Que passam, repassam o sono milenar de folhas amarelas
No tapete de terras fecundas, de solos profundos.

A vida corre
Abre sobre o Nada o olhar sonâmbulo
A flor silenciosa de mil e uma pétalas concêntricas
Pelos céus perdida re-flete a erma planície nua
O funéreo manto do luar se recorta na paisagem sensível
O silêncio que espairece no crepúsculo o sibilo de inquietos ventos.

Verbo de pretéritos imperfeitos
De sagrada esperança
De espírito em versos de infinita luz
De sentimentos divinos e esperanças
De líricas sagradas a fé trans-cende
A rua infinita de esplendores e folhas
De sonhos múltiplos a amor ilumina
A grimpa de árvores à espera da primavera
De flores e plenitude.


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