Até louco, quem
sabe?!... Não seria necessário tanto para mostrar que este início é uma
continuação do título, se melhor ficar registrado, memorizado, diria com as
letras de tabana-gira e aliás. Refiro-me ao ponto de interrogação, exclamação,
reticências, chamando a atenção para “de tabana-gira e aliás até louco, quem
sabe”.
Não me seria dado pensar ou sentir que
estou louco e, por isso, busco modos e estilos de mostrar que não, aliás, as
minhas condições da faculdade mental andam às mil maravilhas, um esplendor,
inclusive sendo capaz de criações e recriações as mais engenhosas possíveis, às
vezes nada dizendo, sendo apenas uma demonstração de flexibilidade com as
palavras, encontrando-as no momento certo, “grudunhando-as”, numa linguagem
chula, se assim posso dizer, se depor contra a minha imagem, desejando alcançar
um nível um pouco mais alto, não me importando fosse do tamanho de um degrau de
escadaria normal.
Às vezes, ponho-me a lembrar do início
desta longa jornada letras adentro, quando desejava com os sorrisos nos lábios
e um aperto enorme no coração, quem sabe a dizer-me os méritos seriam muito
poucos as criações sem limites e fronteiras, muitas alegrias e prazeres, muitas
lutas e sofrimentos, aliás, significando isto a condição humana. Tinha de
escrever a respeito deste tema, enfatizando esta ou aquela idéia, mergulhando o
mais possível na sensibilidade, desejando o verbo amar. Tinha de fazê-lo a todo
custo.
Não sei se escrevesse sob medida, isto
não posso fazê-lo, mas que me impunha as idéias, questionamentos, sonhos,
querendo realizar algo que não me dis-punha a pensar não ser este o caminho.
Alguém íntimo dissera: “Se deixar disso, irá produzir muito e de boa
qualidade”, embora não me lembre das palavras mesmas, ipsis litteris o que
dissera não me lembra de modo algum.
Tantos caminhos...
Se me importasse em primeira instância
com o título, criar algo que se gerasse à luz de um tema e temática espiritual
e contingente, demonstrando, ou desejando, em verdade, o que é isto o clima
estar frio, chovera ontem e um pouco durante o dia, a noite está começando, a
luz está acesa, encontrando-me aqui, solitário, ah, como amo esta solidão, a
garatujar palavras no computador, sem qualquer intenção de idéias, pensamentos,
sentimentos e emoções, embrulho tudo e lanço a todos os ventos, rindo até de
algo que me disseram a respeito da chuva. Perguntaria: “Por que não se deve
fiar em Deus em tempo de chuva”.
Se estivesse entendendo a sua indagação
estava a se referir ao verbo confiar, dizendo o por quê de não se dever confiar
em Deus em tempo de chuva. Pode-se usar “fiar” e “confiar” na acepção de dar
crédito a. Não saberia dizer o porquê. Imaginei que a resposta fosse uma
galhofa das mais interessantes e esplendorosas possíveis. Respondera: “Você não
sabe quando Ele a vai mandar”.
Houvera dito que hoje não sei mais o
que escrevo, as idéias, pensamentos, intuições, inspirações, tudo me vem
embrulhado em papel de seda, e só me empenho em desembrulhar e conhecer o que
vem dentro, e para isto a jornada não deve ter um fim...
Imagino a primeira vez em que tomei da
pena para escrever algo que passava por minha cabeça, dificuldades imensas. As
dificuldades hoje não deixaram de existir, creio até que aumentaram e muito,
tornaram-se mais complexas e herméticas, sendo necessário esforço e compreensão
das limitações da idade e experiência. Imagino o que por último escrever, as
últimas letras de minha vida. Se alguém decidir conhecer o que produzira as
trilhas seriam imensas, sem fim, quem sabe até havendo a dúvida se houvera um
início, apenas o desenvolvimento, a busca de perfeição e eternidade, coisas
que, de viés e antemãos, sei bem que são passíveis de muitíssimas discussões de
alto nível, e não sou quem está credenciado a realizar a tarefa de as afirmar com
categoria e dis-posição.
Penso em retornar ao início, apanhando
a idéia, mas isto seria uma atitude bastante indecorosa, pois dissera antes que
nada mais me importa, importa-me saber que estou registrando palavras,
dando-lhes vida, busca, encontro, imperfeições... Dando-lhes sentido. Ademais,
não faz muito tive alguns sentimentos muito estranhos, deixaram-me bem
esquisito por alguns dias. Nada mais era que deixar as palavras dizerem, ser eu
encarregado de as imprimir, registrar, digitar, isto dependendo das
circunstâncias e situações.
Não o faço. Continuo. Não leio uma
linha sequer. Disse a mim próprio que deixaria o espírito e alma livres. Só
alguns dias depois é que leria e teria um julgamento, ou nem isso pudesse ter.
Não o sei.
Se não se aprende a conviver com as
limitações, isto não significando que tudo esteja consumado, não se é possível
conviver com as situações e circunstâncias a todo instante se apresentam vivas,
exigindo uma posição, um ponto de vista. Assim, quem não aprende, pode ter em
mente que as chaves da casa verde estão abertas de cabo a rabo, de fio a pavio,
para enfatizar de uma só vez.
Se esta espontaneidade que fora
adquirindo ao longo da convivência com
as letras, dizendo desde já que não as conheço, sou delas enamorado, só
reconhecendo o que cá está, embora o desejo de atingir o que lá está, e olhando
para trás possa dizer-me com todas as letras que valeu a pena viver, isto
valeu.
Em verdade, não sinto que seja
necessário esperar ainda longos anos para dizer que a vida vale a pena com as
letras. Digo-o desde toda a caminhada, desde as trilhas seguidas e os outros
caminhos que eram necessários se anunciarem e representarem as experiências e vivências.
Creio haver chegado o instante de
retomar desde o início, ler, pensar um pouco o que desejei a todo custo dizer,
o que não dissera, aliás, de extrema necessidade, mas prefiro não o fazer
agora. Quem sabe num futuro próximo?... Sinto necessitar de algumas
experiências e vivências para conseguir atingir o nível que as palavras exigem
para a compreensão do que significa isto a noite haver chegado, a luz está
acesa, encontro-me sozinho, ai que delícia de solidão, registrando algumas
palavras, servindo apenas de algumas agilidades que adquiri ao longo de tantos
anos.
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