Saudações Roseanas![1]
Agradeço-lhe
o Caderno Literário nº 09, bem como o adendo, que me enviou.
Podemos
dizer que estamos diante de mais um estudioso e pesquisador da obra do escritor
João Guimarães Rosa. Aplausos!
Dizia-me
o caro amigo conhecer pouco sobre o autor, mas pude perceber que o pesquisador
vai muito bem e estudou com real desvelo a obra de João Guimarães Rosa. Não me
surpreendi, pois creio no talento e na capacidade do amigo Manoel Ferreira.
Certamente novos estudos serão feitos, pois creio eu na busca incessante do
estudioso.
Para
mim Guimarães Rosa é o maior escritor de todos os tempos. A constante
Deus/Diabo, as indagações do ser humano, as travessias, o próprio pacto com o
Diabo traduzem para mim as inquietações do ser humano.
O
ser humano ainda precisa crescer muito para entender o “Viver é muito perigoso”.
Viver é um perigo constante, ameaçador, desafio que arranca e se alastra no
íntimo de cada um. Não há um sentido exato para cada termo em Guimarães Rosa.
“Pão e pães...”? poderia ser “coração ou coraçães”?
Ao
iniciar-se a leitura da obra de Guimarães Rosa, estamos iniciando uma
caminhada; solene caminhada. E quantas descobertas, meu amigo!
Pergunto:
serão os loucos, loucos mesmos? Ou serão eles manifestações de um “eu” não
satisfeito com o mundo real? A história de Guimarães Rosa é real, é o retrato
do cotidiano sertanejo. Existem “mil e muitos” Miguilins por aí, sem enxergarem
a nossa realidade.
Estamos
diante de vários problemas. É a questão da saúde, e o desemprego, é a
prostituição, é a corrupção, é a incompetência, os desajustes familiares, etc.,
etc. Mas e daí?
Diríamos
que Guimarães Rosa aqui, hoje, no contexto social, político e religioso
escreveria o mesmo Grande Sertão: Veredas, inserindo muitos amigos nossos como
protagonistas de cenas incríveis. Não sei se Miguilim usaria óculos ou lupa.
Não sei também se contrairia AIDS!
Sem dúvida, carecemos de
acordar de algum encanto ou de vários encantos.
[1]
Em edição passada, publicamos um ensaio sobre Guimarães Rosa, 9º edição e
adendo. Numa conversa que tivemos, nós e D. Ernestina, dissera-me ela que,
tendo tempo, iria escrever-nos a respeito do respectivo ensaio, aguardasse. No
início do mês de março, enviou-me via tablóide E agora? Recebi-a exatamente no
dia 09 (nove) de março. Publicamos esta missiva com muito carinho, sentindo-nos orgulhosos por
estar recebendo essa missiva da parte de uma das fundadoras da Academia
Cordisburguense de Letras Guimarães Rosa, de uma amiga que amamos e respeitamos
muito, de uma escritora e poetisa que merece reconhecimentos e aplausos por
suas letras.
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