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terça-feira, 24 de novembro de 2015

“Caríssimo escritor-amigo Nilzo Duarte - Manoel Ferreira Neto

DO ESCRITOR MANOEL FERREIRA A ANTÕNIO NILZO DUARTE[1]

Eu, Antônio Nilzo Duarte, tive o prazer de conhecer o escritor Manoel Ferreira, no dia 25 de janeiro de 2007, por feliz coincidência. Fui encontrar-me com o meu grande amigo Dr. Newton Vieira, na recepção do Clube Recreativo Curvelano, e lá estava o escritor Manoel Ferreira.
Num bate-papo simples e descontraído, de imediato nos aproximamos, já nos considerando velhos conhecidos e amigos.
Naquela oportunidade, tive a ventura de receber da mão deste mais novo amigo um de seus inúmeros livros, o seu  maravilhoso trabalho intitulado “Ópera do Silêncio”, quando em uma de suas páginas, o escritor Manoel Ferreira, mais uma vez, pôde expressar a sua simpatia com uma dedicatória que muito me sensibilizou.
Em reciprocidade, seria deselegante de minha parte deixar de corresponder a este grande escritor, oferecendo-lhe também os meus livros “Relatos da Paixão e Afortuno da Vida de um Homem” e “A Esperança do Reencontro”.
Poucos dias se passaram, quando, mais uma vez, surpreendo-me com a sua maneira cortês, recebendo pelo correio a carta que, na seqüência, solicitei ao jornal CN publicasse, a fim de demonstrar-lhe os meus sinceros agradecimentos.





   “Os sentimentos do ser humano somente se manifestam quando se tem conhecimento daquilo que nos sensibilizou”

Tomo a liberdade, caríssimo Nilzo, de tornar essa sua epígrafe, de “A Esperança do Reencontro”, 20º capítulo, a chave dessa breve análise, comentário de seu livro. É a epígrafe que descreve com primor os sentimentos e emoções todos que me perpassaram o íntimo, durante as duas leituras que fiz, pretendo fazer outras ainda. Essa obra realmente me sensibilizou, tenho conhecimento dessa sensibilidade. Sensibilizou-me realmente esse amor que sente, sentiu e sentirá por sua amada esposa.  Fê-lo porque também eu vivo esse amor faz seis anos agora dia 08 de março de 2001, dia de meu encontro com minha doce-companheira-e-esposa Marize Lemos – casamo-nos dia 23 de julho de 2001 -, hoje Marize Lemos Silva.
Biografia? Autobiografia? O que importa responder de modo afirmativo ou negativo a esses questionamentos? Óbvio, você escreve essas obras fundamentado em suas experiências, vivências, sonhos e desejos que viveu por quarenta e cinco anos ao lado de sua tão querida e amada esposa Neusa, são sentimentos profundos e espirituais que armazenou e cultivou em seu íntimo, em sua alma tão sensível, tão singela e terna, que se tornaram esse poema maravilhoso, eivado de tão sublime amor.
O que importa não é definir ser biografia ou autobiografia, importa sim sentir que o amor que sente por sua companheira transcendeu, tornou-se poema, tornou-se fonte de inspiração para o encontro do amor, para o desejo de nós, os seus leitores, nos entregarmos ao amor, podendo sentir, junto consigo, o que é isso amar, o que é isso nos entregarmos a alguém de corpo e espírito.
“A esperança do reencontro” pode ser lido como “poesia do amor”, escrito na forma de missivas, não só endereçada a Neusa, aos seus filhos, aos seus amigos, e sobretudo endereçada aos homens, à humanidade, no sentido de que busquem no íntimo, no espírito, na alma, descobrir e vivenciar o que lhes habita profundamente, que é a essência de suas vidas, que é a semente da ressurreição,caminho do Reino de Deus.Pode ser lido como “romance dos sentimentos e emoções do amor”, endereçado a Neusa, aos seus filhos, aos seus amigos, e sobretudo endereçado àqueles que desejam com avidez tornar suas vidas a arte do romance vivido, experienciado.
Você próprio define isso, quando escreve: “Tem sido uma poesia e um romance sem fim, e neste caso, abre neste mesmo coração uma nítida clarividência, tão empolgante como as espumas brancas das águas do oceano que se espalham, como estou vendo ao vivo, margeando a orla atlântica”. Com efeito, “A esperança do reencontro”  abre no coração de seus leitores o desejo, a vontade de amar, de encontrar o motivo de serem felizes – penso e sinto que, em verdade, os homens não procuramos a felicidade, procuramos sim o motivo de sermos felizes, e esse motivo nos encaminha para a felicidade.
O amor que dentro traz em si reflete as espumas brancas das águas do oceano, reflete a passagem das águas, passagem lenta, suave, terna, rumo ao pleno, ao absoluto, reflete o espírito humano na sua avidez, desejo, vontade de realizar o que mais sublime que é o amor que Deus nos doou gratuitamente, que nos pediu que o vivêssemos com sinceridade e lealdade em comunhão com todos os homens. E você, caríssimo Nilzo, soube com perfeição, engenho e arte descrever os caminhos, trilhas e alamedas que devemos seguir para que esse amor seja vivenciado de verdade, você mostra que a sagrada face é o outro, a sagrada face é o amor sentido por alguém, a sagrada face é a sua Neusa.
A sagrada face desse amor que você viveu tão intensamente tem e teve condições de “perpetuar-se, revelando como um acontecimento insuperável”  de sua vida, acontecimento que jamais se apagará de sua memória, que se eternizou em Neusa, e que eternizará outros que descobrirem esse verdadeiro sentimento no íntimo, no espírito, na alma.                                                                                           Eternizou  você através dessa maravilhosa obra, fruto de vivência, de sinceridade e lealdade ao que sempre habitou a sua alma, o desejo de eternidade advindo desse amor. “Acontecimento de pleno prazer” que não se esgota nas lembranças, na memória do vivido, na memória afetiva, mas que transcende, que tem sede de perpetuar-se, de ser realidade na vida dos homens, de ser espiritualidade no íntimo humano.
Sim, caríssimo Nilzo, somente quem convive com a paixão conhece momentos inteiramente excepcionais, divinos, conhece também “o furor dos sentidos emocionais”. Por quê? Por que o amor transforma as coisas e o mundo, o amor mostra a real face da vida, o amor delineia e burila os sentimentos e emoções que nos habitam, revelando-nos a divindade por que tanto ansiamos, por que temos tanta sede de conhecimento e experiência.
Quem ama procura com todas as “energias refletir com amor os meios possíveis de livrar-se de uma atroz e dolorosa obsessão – o tédio”. Por quê? Porque é amando alguém que nos inteiramos do sentido pleno e absoluto da vida, inteiramo-nos da divindade de viver e de experienciar as coisas do mundo.
Você, caríssimo Nilzo, com essa obra em específico, “A esperança do reencontro” , não só revela o desejo de reencontrar a sua doce-companheira Neusa, mas também revela o desejo de nós os homens reencontrarmos o amor que renunciamos em nossa vida, renúncia feita em nome das coisas materiais, as realizações materiais, e que tantos dissabores, angústias, tédios, nos tem causado por tantos séculos e milênios da humanidade. Será nos caminhos dessa senda perdida, o amor, que poderemos reencontrar a vida, a seiva que nos alimenta, a semente que se tornará fruto, o fruto do sentido divinal da vida, não apenas o sentido – penso e sinto que em verdade não buscamos o sentido da vida, mas a Vida.
Você, nesse poema, revela-nos a Vida, que encontrou, que realizou, que eternizou com a sua doce-e-amada-companheira-e-esposa; e nessa obra você, imbuído de sensibilidade, ternura, afeição, carinho e amor nos convida com pujança a desejarmos  viver esse amor, de nos eternizarmos através dele.
Caríssimo Nilzo, essas palavras, análise, comentário não abarcam toda a profundidade que a obra em sua essência traz, mas, com efeito, busquei com carinho mergulhar fundo na sua mensagem, na sua verdade intimidade. Você está de parabéns por ter nos doado, aos homens, com tanta ternura, esse verdadeiro poema de amor vivido. Espero sim que você se sinta feliz, realizado, que você nos presenteie com outras tão sensíveis como essa.
Lembrou-me  haver-lhe dito que, se gostasse de seus livros, escreveria um comentário. Sou-lhe sincero: só escrevo análises, comentários, se a obra me inspira, se a obra me desperta para outros horizontes do sentimento, da emoção. E, sinceramente dizendo, essa obra transcendeu todas as outras lidas – refiro-me aos sentimentos e emoções que ela me suscitou. Difícil atingir esse nível de espiritualidade que você conseguiu atingir numa obra de cunho vivenciado e experimentado. Parabéns, caríssimo Nilzo.
Não faço elogios à sua obra – elogios são praticas dos néscios racionais e intelectuais; teço considerações de uma leitura vivida, experienciada, que me despertou mesmo para cada dia mais amar a minha doce-companheira-e-esposa Marize, reconhecer intimamente os seus méritos e valores, reconhecer a sua intimidade e espírito.
Essa análise que ora lhe envio refere-se à “A esperança do reencontro”. Em breve, você receberá outra acerca de “Relatos da paixão e afortuno da vida de um homem”, e também receberá outra que reunirei as obras, tentando mostrar o “sonho da casa ampla”, símbolo do amor eterno.
Um grande beijo, e que Maria Santíssima ilumine sempre você, proteja-o, abençoe, e o ilumine na produção de obras tão divinas e maravilhosas quanto essa.





[1] Antônio Nilzo Duarte doou-me suas duas obras aos 28 de janeiro de 2007. Em fevereiro deste mesmo ano, enviei-lhe esta missiva a respeito de minha leitura. Dias após, ligou-me perguntando se eu permitiria que ele mandasse publicá-la. Foi publicada em março pelo tablóide CN (Curvelo Notícias). Se decido, exatamente dois anos após a publicação, republicá-la, é que muito poucas pessoas têm o costume de guardar jornais. Nada fora modificado nesta republicação dessa missiva, apenas alguns erros  de ortografia e gramática que não havia percebido  antes foram consertados. 

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