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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

//**SERENITUDE DE PAPÉIS**//


Seren-itude de papéis
Folhas brancas de palavras
Páginas de orvalho...

Garatujar letras para metaforizar o "ser"
Sem sentido, sem significação
Melhor o silêncio,
Nada a dizer, nada a expressar
Olhar perdido na frincha do horizonte
Amiga disse: "Quem ama é dono do mundo.
Não se sente sozinhyo"
Digo: "Quem ama escreve poemas
Até nas asas do vento."

Grito antigo é altissonar a voz do amor,
Fluí-la livremente, re-velar a verdade
De amar o verbo
Vão desejo, inútil vontade de entender
Os tempos infinitivos, indicativos
Subjuntivos, gerundiais, imperativos
Da anunciação do egrégio genesis do absoluto
"Someone told me long ago...":
"Amor não tem razões
Amor não tem motivos
Amor não tem explicações
- até terminou com pensamento em francês -
C´est fini"
Respondi:-lhe intelectualóide que era:
"Amor não tem frinchas
Amor não tem frestas
Amor só tem vãos"
E solitário
- melhor dizendo poeticamente
No terreno baldio do instante-limite
Divagando nas nuvens brancas celestes
Do efêmero efemerizado de nonadas -
Diria hoje: "Os espaços vazios do amor
São as verdades absolutas do espírito
Que trans-cende, trans-eleva
A essência das dores e sofrimerntos.
Camões se esqueceu de dizer
Que o amor é a alegria das dores e sofrimentos
Ad-jacentes aos ad-nominais ad-juntos
Do pleno, sublime, perene..."
Amiga outra inda disse:
"Este amor vem de eras e eras...",
Desejando ela dizer
Sou re-presentante de uma história
Perdida no tempo
Que renasce sem idílios e iluminações.

Nada re-presento
Nada a-nuncio
Quando Pessoa,
N´A Tabacaria diz
"Sou nada..."
Ele se esqueceu de dizer: 
"À parte isso,
O nada plen-ifica o Amor 
O sonho do mundo é o amar
Do verbo ser".

Vou agora
Fechar a janela
Deitar-me na cama.
Se não dormir
Ao menos contemplo
A ausência da luz, o breu do nada
Amanhã será outro dia...

Sem os espinhos, a rosa não seria
Sem a rosa, os espinhos não existiriam
Sem o amor, o nada não seria
Sem o nada, esquecendo os momentos
Na voz de uma mensagem:
"Acho que vou devorar os anos..."

Manoel Ferreira.

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