Quem
conhece o mesmo e as vulgaridades de ano eleitoral, se pensar bem se isenta de
escrever qualquer matéria, artigo em tablóides. O mesmo e as vulgaridades são
de defesa das ideologias chinfrins, elogios os mais divinos ao candidato de
preferência, ataques, ofensas de todos os calões possíveis ao candidato de
oposição; a época que mais se chama as pessoas de ladras. As coisas, realmente,
são indecorosas e indecentes em ano eleitoral. Isentar-se de manifestar as
idéias, pensamentos acerca da política é o aconselhável, seja em que
circunstância for.
As
palavras servem a todos os interesses escusos e ideologias. Em nossa política,
desde tempos imemoriais, figuram como promessas – os candidatos prometem
“mundos-e-fundos”, chegam quase a prometer Ressurreição e o Paraíso Celestial à
comunidade; eleitos, o que fora prometido com ênfase e euforia, estesia e
extasia fora apenas estratégia para se conseguir a eleição desejada.
Analisando
e in-terpret-ando “as palavras res-pondem pela obra e a obra res-ponde pelo homem” com perspicácia, percebo ser
complexo isto de a vida serem as letras, palavras e atitudes devem se comungar,
nem tanto o céu, nem tanto a terra, a real-ização mesma se a-“núncia” quando o
homem se trans-forma, trans-formando a vida. Assim é que se pode in-vestigar e
avaliar personalidade e caráter do homem.
Homem
em cujas palavras não se pode confiar nelas por estarem bem distantes das
atitudes não real-iza qualquer obra, haveria quem duvidasse disso, quem
dissesse não serem as palavras que estabelecem a obra? Se olharmos no âmbito da
política, a realidade é de as palavras serem usadas como estratégia para se
atingir o poder. Sabe-se de antemão nada do que foi prometido será cumprido à
risca e estilo. Faz-se “neneca de pitibiriba”.
Não
é absurdo o que estou afirmando: a propósito, quantos anos de trevas vivemos
devido às promessas dos políticos? Só não compreendo é sabermos quem são os
“promesseiros do poder” e ainda somos capazes de depositar nossos votos nas
urnas, depois ficamos pelas esquinas e alcovas reclamando.
Encontrar
político que honre suas palavras, dignifique os homens, que real-iza o que
prometera em seus discursos de candidato tornou-se o mesmo de achar agulha no
palheiro, só magia, só milagre.
Em
2000, vivemos ano eleitoral. Em quem votar? Existe alguém no meio de todos os
candidatos em que possamos confiar? Não mais tínhamos quaisquer esperanças de
re-versão do processo, quaisquer confiabilidades nos políticos, estávamos
condenados à limbo social, cultural e histórica. Estava claro que o interesse
era apenas ocupar um cargo, sentir-se poderoso.
Ouvimos
neste ano: “Quero mesmo é fazer muitas coisas por Curvelo”. A frase mesma re-vela determinação
insofismável. Ouvimos tantas ao longo dos anos. Quem proferiu essa frase foi o
nosso Prefeito Maurílio Soares Guimarães. Revelado, não há quem possa
contestar, trata-se de homem de condutas e posturas, personalidade e caráter
incisivos, princípios morais e éticos indiscutíveis. Começara a sua vida sem
nada, dissera-me ele: “Tinha uma vaca no pasto e muitas dívidas a serem pagas”.
Ao longo dos anos, com determinação e luta, reverteu sua situação, construiu
seus bens, ao lado de sua amada e querida Amélia Diniz e seus filhos. Chegara o
momento de construir o patrimônio social e político de sua querida Curvelo, e
estava determinado, custasse o que custasse, a cumprir sua responsabilidade com
honra e dignidade.
Fosse
outro o autor dessas palavras, cairia na gargalhada, e diria que as coisas não
foram definidas, não negaria a inteligência dele, qualquer reclamação só dizer:
“não prometi isso ou aquilo; nada prometi, em verdade”. Pensara comigo mesmo:
“Se é Maurílio Guimarães quem o diz, não tenho dúvidas, algo será feito”.
Quem
haveria de negligenciar seu caráter e personalidade incisivos, quem diz o que
pensa e sente no seu tempo e lugar devidos, nenhuma palavra é esquecida por
estratégia, diplomacia, por lapso de memória e interesses políticos. Ouvir tais
palavras, tendo ouvido tantas, e por tantos anos vivemos de promessas, e
sabendo quem as proferiu, é uma esperança que se a-“núncia” no horizonte.
Ao
longo dos anos, vi muitas coisas sendo concretizadas, deparei-me com algo bem
difícil de acontecer, vi a mentalidade curvelana sendo modificada. Se antes não
tínhamos qualquer noção de qual é o verdadeiro papel de um político, com ele
aprendemos ser realizar obras que
beneficiem nossos universos culturais, sociais, históricos e políticos. Houve
quem não acreditasse em sua segunda gestão, devido à sua indocilidade, esperou
ansioso e saltitante por isso – era o povo que ainda elegia seus candidatos.
Vieram
as eleições de 2004, Maurílio Guimarães é eleito pela segunda vez consecutiva,
inédito em nossa História. O povo curvelano escolheu e depositou sua confiança
nele, continuasse fazendo as coisas por nós.
Dentre
todas as obras realizadas por ele, que muito nos honraram e dignificaram,
sublinho a mais importante: a concretização de suas palavras: “Quero mesmo é
fazer muitas coisas por Curvelo”. E por que ressalvo? Não é por não fazer
política, fazer sim arte e peraltice; o escritor que não se envolver na
política será esquecido num abrir e fechar de olhos, não existem atitudes
apolíticas, a política habita-nos as raízes. Não é apenas por id-(ent)-ficar
seu caráter e personalidade. Mas por suas palavras haverem construído outros
horizontes em nosso município, por serem obras que se tornaram reais, e haverem
trazido esperanças de assistirmos às transformações sociais e humanas. Maurílio
Guimarães re-presenta outra imagem de político, um político responsável, sério
e sincero com os ideais, sonhos e utopias de nosso povo.
Creio
que neste ano eleitoral, munidos que estamos das transformações de nossa
mentalidade, o importante mesmo é elegermos quem sabe e conhece nossos
problemas, quem percebeu e intuiu o que ainda não fora feito – enfim, em nossa
situação do passado, impossível era realizar tudo o que nos faltava em oito
anos -, quem dará continuidade ao processo de desenvolvimento, progresso de
nossa tão querida e amada Curvelo. Devemos eleger quem realmente está
dis-posto, inteiramente entregue a “fazer muitas coisas” por Curvelo, quem está
interessado em ver-nos realizados.
Foram
palavras sim... Foram palavras pro-“nunciadas” com determinação de
real-izá-las, de torná-las pedra de toque de novo tempo, novo homem de nossa
comunidade curvelana.
Querer
fazer é princípio, fazer a partir da consciência é atitude ética.
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