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terça-feira, 24 de novembro de 2015

A OBRA RES-PONDE PELO HOMEM - Manoel Ferreira Neto



Quem conhece o mesmo e as vulgaridades de ano eleitoral, se pensar bem se isenta de escrever qualquer matéria, artigo em tablóides. O mesmo e as vulgaridades são de defesa das ideologias chinfrins, elogios os mais divinos ao candidato de preferência, ataques, ofensas de todos os calões possíveis ao candidato de oposição; a época que mais se chama as pessoas de ladras. As coisas, realmente, são indecorosas e indecentes em ano eleitoral. Isentar-se de manifestar as idéias, pensamentos acerca da política é o aconselhável, seja em que circunstância for.
As palavras servem a todos os interesses escusos e ideologias. Em nossa política, desde tempos imemoriais, figuram como promessas – os candidatos prometem “mundos-e-fundos”, chegam quase a prometer Ressurreição e o Paraíso Celestial à comunidade; eleitos, o que fora prometido com ênfase e euforia, estesia e extasia fora apenas estratégia para se conseguir a eleição desejada.
Analisando e in-terpret-ando “as palavras res-pondem pela obra e a obra res-ponde  pelo homem” com perspicácia, percebo ser complexo isto de a vida serem as letras, palavras e atitudes devem se comungar, nem tanto o céu, nem tanto a terra, a real-ização mesma se a-“núncia” quando o homem se trans-forma, trans-formando a vida. Assim é que se pode in-vestigar e avaliar personalidade e caráter do homem.
Homem em cujas palavras não se pode confiar nelas por estarem bem distantes das atitudes não real-iza qualquer obra, haveria quem duvidasse disso, quem dissesse não serem as palavras que estabelecem a obra? Se olharmos no âmbito da política, a realidade é de as palavras serem usadas como estratégia para se atingir o poder. Sabe-se de antemão nada do que foi prometido será cumprido à risca e estilo. Faz-se “neneca de pitibiriba”.
Não é absurdo o que estou afirmando: a propósito, quantos anos de trevas vivemos devido às promessas dos políticos? Só não compreendo é sabermos quem são os “promesseiros do poder” e ainda somos capazes de depositar nossos votos nas urnas, depois ficamos pelas esquinas e alcovas reclamando.
Encontrar político que honre suas palavras, dignifique os homens, que real-iza o que prometera em seus discursos de candidato tornou-se o mesmo de achar agulha no palheiro, só magia, só milagre.
Em 2000, vivemos ano eleitoral. Em quem votar? Existe alguém no meio de todos os candidatos em que possamos confiar? Não mais tínhamos quaisquer esperanças de re-versão do processo, quaisquer confiabilidades nos políticos, estávamos condenados à limbo social, cultural e histórica. Estava claro que o interesse era apenas ocupar um cargo, sentir-se poderoso.  
Ouvimos neste ano: “Quero mesmo é fazer muitas coisas por Curvelo”. A  frase mesma re-vela determinação insofismável. Ouvimos tantas ao longo dos anos. Quem proferiu essa frase foi o nosso Prefeito Maurílio Soares Guimarães. Revelado, não há quem possa contestar, trata-se de homem de condutas e posturas, personalidade e caráter incisivos, princípios morais e éticos indiscutíveis. Começara a sua vida sem nada, dissera-me ele: “Tinha uma vaca no pasto e muitas dívidas a serem pagas”. Ao longo dos anos, com determinação e luta, reverteu sua situação, construiu seus bens, ao lado de sua amada e querida Amélia Diniz e seus filhos. Chegara o momento de construir o patrimônio social e político de sua querida Curvelo, e estava determinado, custasse o que custasse, a cumprir sua responsabilidade com honra e dignidade.
Fosse outro o autor dessas palavras, cairia na gargalhada, e diria que as coisas não foram definidas, não negaria a inteligência dele, qualquer reclamação só dizer: “não prometi isso ou aquilo; nada prometi, em verdade”. Pensara comigo mesmo: “Se é Maurílio Guimarães quem o diz, não tenho dúvidas, algo será feito”.
Quem haveria de negligenciar seu caráter e personalidade incisivos, quem diz o que pensa e sente no seu tempo e lugar devidos, nenhuma palavra é esquecida por estratégia, diplomacia, por lapso de memória e interesses políticos. Ouvir tais palavras, tendo ouvido tantas, e por tantos anos vivemos de promessas, e sabendo quem as proferiu, é uma esperança que se a-“núncia” no horizonte.
Ao longo dos anos, vi muitas coisas sendo concretizadas, deparei-me com algo bem difícil de acontecer, vi a mentalidade curvelana sendo modificada. Se antes não tínhamos qualquer noção de qual é o verdadeiro papel de um político, com ele aprendemos     ser realizar obras que beneficiem nossos universos culturais, sociais, históricos e políticos. Houve quem não acreditasse em sua segunda gestão, devido à sua indocilidade, esperou ansioso e saltitante por isso – era o povo que ainda elegia seus candidatos.
Vieram as eleições de 2004, Maurílio Guimarães é eleito pela segunda vez consecutiva, inédito em nossa História. O povo curvelano escolheu e depositou sua confiança nele, continuasse fazendo as coisas por nós.
Dentre todas as obras realizadas por ele, que muito nos honraram e dignificaram, sublinho a mais importante: a concretização de suas palavras: “Quero mesmo é fazer muitas coisas por Curvelo”. E por que ressalvo? Não é por não fazer política, fazer sim arte e peraltice; o escritor que não se envolver na política será esquecido num abrir e fechar de olhos, não existem atitudes apolíticas, a política habita-nos as raízes. Não é apenas por id-(ent)-ficar seu caráter e personalidade. Mas por suas palavras haverem construído outros horizontes em nosso município, por serem obras que se tornaram reais, e haverem trazido esperanças de assistirmos às transformações sociais e humanas. Maurílio Guimarães re-presenta outra imagem de político, um político responsável, sério e sincero com os ideais, sonhos e utopias de nosso povo.
Creio que neste ano eleitoral, munidos que estamos das transformações de nossa mentalidade, o importante mesmo é elegermos quem sabe e conhece nossos problemas, quem percebeu e intuiu o que ainda não fora feito – enfim, em nossa situação do passado, impossível era realizar tudo o que nos faltava em oito anos -, quem dará continuidade ao processo de desenvolvimento, progresso de nossa tão querida e amada Curvelo. Devemos eleger quem realmente está dis-posto, inteiramente entregue a “fazer muitas coisas” por Curvelo, quem está interessado em ver-nos realizados.
Foram palavras sim... Foram palavras pro-“nunciadas” com determinação de real-izá-las, de torná-las pedra de toque de novo tempo, novo homem de nossa comunidade curvelana.
Querer fazer é princípio, fazer a partir da consciência é atitude ética.    




[1] Essa crítica fora publicada pelo tablóide E agora?, Fevereiro/Março de 2008, Edição 39.  

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