Total de visualizações de página

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

*SÁTIRA DO PERFEITO*



Res de pectivas entre-laçando imagens
Lembranças di-versas escondendo-se, re-velando-se,
Lá fora, no canto da janela, à esquerda,
A vela queima-se,
Re-cord-ações ad-versas enternecendo sentimentos,
Re-fazendo emoções,
Sobre a mesa do gabinete, a luz do abajour
Incide nos papés, na pena largada ao léu
Desejos perpassando de interstícios inconscientes
Instantes imperfeitos
Na lareira, cinzas frias reúnem o tempo
E a ausência do fogo,
Sonhos per-fazem o nada, pre-enchem o vazio
A fumaça do cigarro esvai-se no ar.

Por que o limite do nada e não
A ampl-itude re-versa do ab-soluto?
O uni-verso de re-trospectivas verbais
Declama resquícios abissais de angústias vazias.
Por que a cor-agem do além
E não o estremecimento com a imagem
Desértica de alhures?

O horizonte in-verso de pectivas
Por estender a res
Compõe de cânticos ingentes o "con" e o "trans"
De in-finitos confins às arribas da luz
Diáfana de estrelas a cintilarem nonadas de idílios,
Verseja de líricas indigentes o "mortem" e o "póstero"
Das harpas lúdicas ao deus-dará das trevas
Renascendo o brilho da estrela,
Acompanhado, nas noites frias da essência,
A palavra sil-ente da pureza,
O vento sil-encioso do sublime,
A poiésis muda de instintos do eterno...

Mas sou livre
Faço do amor que sinto
O arco-íris de cores,
Brilhando e resplandecendo
No íntimo divino
Da primeva felicidade.


Manoel Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário