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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

*SANGUE VIVO DO POEMA*



Amigo,

Cuidado com os românticos
Os românticos não conhecem,
Não tem noção, a mínima idéia
Da autópsia da tragédia do amor.
Eles, os românticos, até correm
O risco de serem tragados,
Engolidos,
Sugados
Pela hipocrisia do próprio romantismo,
Pelo cinismo do subjetivismo exacerbado,
Pela aparência das vaidades do sentimento.

Você
Ainda pode penetrar sem luz,
Porém,
Com segurança
No escuro do sonho sem veredas,
Sem sendas,
Sem caminhos,
E aí rasgar com toda ternura, carinho
O véu de toda a escuridão da humanidade.
Humanidade que
Jazida no chão
Sem o futuro das flores,
Sem o amanhã do trinar dos pássaros,
Aos estampidos chora sem pastor

Ao pulsar no sangue vivo do poema
De pensamento da linguagem das selvas,
De idéias de estilo das florestas,
Linguagem e estilo concebidos,
Jurados de vida à felicidade fatal,
À alegria letal;
De fel,
Flores,
Frutos,
Fama e fortuna.
Onde cada sentido, cada entre-linha,
Cada símbolo, cada metáfora
São dons divinos a governarem
O amor e a vida.
Aleluia!!!
Aleluia!!!
Aleluia!!!


Manoel Ferreira

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