Forclusions uni-versais
Horizontes de pontes partidas,
Dividindo de antemãos as contramãos
A mitologia antiga criou e concebeu
Numa fantasia dos deuses,
Na união do mistério profundo com a natureza
Que deu a luz aos milagres da fé,
Sem mito sem fantasia.
Perdidas ilusões mergulham em nonadas de veredas
Espalhadas ao longo do in-finito, cintilância
das estrelas incidindo,
Brilhos da lua re-fletindo no etéreo as imagens
ensimesmadas de não-ser
Ofuscados sonhos perenizando perspectivas de
travessias
Às sendas do universo perpassado, em seus
ilimites efêmeros,
De cúpulas do sempiterno olvidamento de primevas
luzes fosforescentes
Que iluminavam os arrebiques de confins com os
raios de arribas,
De domos en-velando os vazios crepusculares,
Indizível mistério num estranho himeneu com a
natureza
Que desafia a inteligência humana,
Aclives e declives cheios
Como um corpo de serpente
Que caminha e coleia
Abaixa-se e se alteia na extensão do tempo...
Ornamento da natureza
Razão de ser da razão,
Estrela que ilumina a noite, noite de primevas
trevas,
Cuja magia encanta o salto além da linha
imaginária
Que o homem pode perscrutar iluminar a verdade ,
Crer num infinito multicor
Enamorar-se na emoção ardente feita para grandes
travessias...
A alma tem a força da semente
Que rompe a terra e surge vigorosa,
Lançando ao céu seu interstício resistente
Num excelso sussurro em voz silenciosa,
Cerne da ec-sistência é poente de luz solar
muito mais luminoso,
Re-velando de sonhos vividos ou semi-esquecidos
O sabor curtido da essência delirante e
caprichosa...
Irrompendo, no horizonte, a fraca luz da aurora,
O sol volta a brilhar,
Surge um novo dia!
Rompe a luz o denso véu da noite:
A treva se desfaz,
A vida se agita...
A terra, em torno do sol, se movimenta,
sem parar,
Em rotação,
Em translação!
Pensar o impensável
Inda permitir à fala
Dizê-lo.
Sentir o ininteligível
Inda permitir à alma
Senti-lo.
Manoel Ferreira
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