Noite. Sono de humilhação, tensa.
Passa em mim ser Deus, a fim de mostrar-me existe
Ele. Criança, ficaria feliz com esta visão. Deus, velho, velando o sono dos
homens.
Ajoelho. Faço o nome do Pai. Não sei rezar. Não gostaria
de repetir palavras.
"Quem acredita em Deus passa a vida mentindo
inconsciente. Nada compreende de suas mentiras".
Infância. Mentia. Meus pais achavam lindo.
Continuei. O que a atriz mente no palco sou eu. Deus, vazio. Sou atriz.
"Réquiem por um Amor". "Estou aqui,
Deus. Não sei orar. Minha oração é o corpo. Não tenho o mínimo cuidado com
ele...'
Vou dizer.
Olho. Homens. Criaturas. Seres. Não posso
desvencilhar o olhar de mim.
Águas deslizam. Consciência, claridade destilada
não esquecerá de restos os imortais. Resto de névoa, perdida sob a terra. Aléns
de-encontrados. Quase mesmo infantil. Esperança contém risadas intermináveis. A
palavra loucura envolvida. Fomento a loucura de vomitar-me.
Manoel Ferreira.
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