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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

MIRÍADES FURTIVAS DE ÊXTASES





Coisas, objetos estão condenados à imobilidade.
Sinto-os, pressinto-os, contemplo-os
Observando-me em segredo, em silêncio, em sigilo:
Flauta, flores, fibras...
Recordações!
Tempo muda
No pano fundo de uma tela de pintura.
Lembranças!
Vida muda
No inter-dito de uma obra literária.
Memória! 
Historia muda
Na madeira dos entalhes.
Letrinhas ao acaso
Registradas na página branca
Palavras às furtivas
Gravadas sem intenções, interesses
Num canto da página.
Peça vestal
- Miríade de sonho, pedaço de esperança,
Côdea de fé -
Esquecida no "adeus", des-lembrada no "até logo",
Partida...

O tempo se faz devagar,
As horas se fazem lentas,
Tatuando símbolos,
Tocando signos, metáforas,
Afônicos ruídos, roucos barulhos,
Sugerindo amor, sugerindo entrega,
Sugerindo prazer, sugerindo êxtase,
Penetram meu íntimo,
Mergulham em meu silêncio,
Engolfam-se em minha solidão.

Trilho minhas idéias,
Tocando momentos de outrora,
Caminho nos pensamentos, 
Tateando primevos dias,
Ando nos sentimentos,
Esbarrando remotos instantes
Reagrupo-me ao pálido crepúsculo,
Reagrupo-me à luz que ilumina a noite,
Reagrupo-me às sombras;
Re-faço uma cena qualquer,
Retrilho uma alameda qualquer,
Re-componho nos detalhes dos trajes,
Viajo nos ornamentos das vestes,
Cores, conversas, monólogos, silêncios,
A energia das mãos 
Tateando, tocando o corpo com ternura, sublimidade...
                 Ensandecido, 
                 Entrego-me à literalidade do tempo, das horas,
                 Alucinado,
                 Rendo-me à poesia da madrugada,
                 Desvairado,
                 Rendo-me à ficção do brilho das estrelas
                 Seduzindo a noite que vai alta,
                 Perdida no irreversível, inaudito
                           Preciso emergir do pesadelo que me dilacera
                           E tantas coisas que desejo olvidar

Tela vácua do horizonte
Avesso riso, in-verso

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