Quero as águas fervescentes e espelhadas de um
riacho...
Quero ver o céu transbordar de acontecências
di-versas,
De querências em ritmos renascidos,
Em líricas poiéticas nascidas de sentimentos de
utopias,
Trans-cendendo as meras contingências do efêmero e
fugaz,
Em enredos e musicalidade nascidos, em rimas
inéditas,
derramando seus suores face abaixo, corpo por
inteiro,
Por cima da terra onde sobreviver é apenas um ato
de ternura
E esquecimento de vivência, onde viver outra coisa
não significa,
E todas as metáforas são inúteis para mostrar a
beleza da arte,
A arte da poiésis em sin-tonia com os verbos da
prosa,
As rimas da poesia em sin-cronia com a sonoridade
das idéias
E desejos reais,
Senão que trilhar as estradas do sim e do não,
Da verdade in-versa,
Da in-verdade real na sua vertic-alidade,
Da mentira e da fantasia na horizont-alidade do
querer e do real-izar.
Quero as estrelas brilhantes mostrando caminhos
Por onde trilhar em busca da alma que assanha além
dos cimos.
Quero o sol que brota das rotas madrugadas,
Derretendo a alma, fazendo dela esperma-cete.
Quero esclarecer os planetas que falham ao decorrer
do medo,
Mo per-curso da angústia,
No de-curso do desespero,
Que os abafam qual olhos de gato angorá cintilando
no céu,
brilhando nas suas nuvens brancas e azuis,
Apesar de serem ilusão de ótica,
Mo firmamento negro e sensível da alma humana.
Quero conciliar na córnea imagens bucólicas,
Não melancólicas e nostálgicas para lembrar Davi
Mo seu pastoreio de ovelhas, ainda adolescente,
Nem os poetas do neoclassicismo compondo
Seus versos no pálido crepúsculo do inverno...
Das longínquas perspectivas a carroça repleta de
saudade
Puxada insanamente por um jegue alado.
E ainda continuo querendo!...
Por sempre, continuarei querendo!...
A querência continuará sendo por sempre.
Manoel Ferreira
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