Total de visualizações de página

domingo, 22 de novembro de 2015

**HOUVESSE SIDO AMANHÃ - IV PARTE** - MANOEL FERREIRA NETO


Houvesse sido amanhã a des-coberta, a percuciência, a sabedoria do "verbo amar", do "amar verbo", sentir-lhe no mais abismático do ser, viver-lhe por inteiro, entregar-lhe inteiro de mãos beijadas ao outro, saciar-lhe a sede da felicidade, da alegria, apesar de suas imperfeições, mas a liberdade de criá-lo, re-criá-lo, inventá-lo, re-inventá-lo noutras perspectivas e ângulos, cuidaria de resguardá-lo, ampará-lo das intempéries das relações com o outro, e não deixá-lo à solta, feri-lo, magoá-lo, ressenti-lo, como o fizera desde a des-coberta, mas reza a vida que é nas experiências, vivências que deixamos as ingenuidades e inocências de lado, valorizamos o que nos é a própria vida, tempo de inúmeras travessias, instante de re-nascimentos, muitos acontecimentos inesperados, por que não destinar este amor magoado a cuidar da maturidade plena, da verdadeira sabedoria, a vida sempre sabe o que faz, o que pode ter sido uma decepção, pode ser uma dádiva, a-nunciação, re-velação de outras verdades, e só o amor, o sou de mim que é o amar, o mim de quem sou que é o verbo do amor, pode iluminar os caminhos a serem trilhados, ser bússola da realização plena, sentir verbo e infinito pulsando no eidos da vida, antes da tempestade vem a bonança, a fonte da iluminação, abertura a todos os horizontes, sendas, veredas, caminhos silvestres, estradas de poeira recebem os seus raios, a vida do espírito, espírito da vida, leveza da jornada. A vida sabe o que faz quando nos mostra a realidade, o que não soubemos cuidar com esmero e acuidade, mostra-nos as in-fin-íriais do evangelho da eternidade.
Houvesse sido amanhã a decepção da entrega, da doação, quiça tais sabedorias não se me pres-en-iticariam, entregar-me-ia às melancolias, nostalgias, saudades até do que não foi vivenciado, vivido, o amanhã é mágico, incide suas luzes no presente, no aqui-e-agora, é o múltiplo que preenche todos os espaços, todos os vazios, alimenta com todas as seivas de sonhos dentro de outros sonhos, sem o amor nenhum sonho se realiza, nenhum verbo verbaliza o que é In-finito, nenhuma esperança se plen-ifica de outros desejos, vontades, nenhuma fé diviniza os mistérios e enigmas, tornando-lhes pedras de toque, pedras angulares do afluir-a-ser. 
Houvesse sido amanhã!...

Manoel Ferreira Neto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário