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terça-feira, 24 de novembro de 2015

FONTES DA VIDA E SER Manoel Ferreira


Tu – quem és?
Quem és – tu?
És tu – quem?
Quem tu – és?
           Quem és – quem?
O que é isso – ser tu?
O que é tu – ser isso?
Tu – quem isso ser isso?
           Isso – quem é o ser?

És a esperança de fé que perpassa os tempos
de amanhã, do infinito, dos horizontes, do uni-verso;
és a fé que suprassume as controvérsias
dos desejos e vontades do eterno e imortal;
és a utopia da consciência-estética-ética,
da cristianidade,  da transcendência,
da divinidade;
és o desejo do belo e da beleza,
de sonhos de encontro do ser,
de ser o verbo do sublime e eterno
de ser a carne do perpétuo, da cáritas;
és a consciência-ética-estética
que re-cria e cria outros uni-versos
de sonhos e quimeras,
de fantasias e vontades
da beleza resplandecente
do amor e da felicidade.

És tu – quem?
Tu- quem és?
Quem és – tu?
           És – tu quem?

És o verbo que perpassa o sonho de esperança
do amor que fecunda o desejo de conhecer;
és a poiésis nos interstícios das querências
de alegrias que preencham o vazio do ser
És a vontade que habita o sonho de fecundar
o verbo do amor,
o verbo do ser e das quimeras,
conjugando temas e temáticas
nas raízes do tempo,
nas sementes dos re-versos,
in-versos, avessos das querências
contramãos das tristezas;
és o amor da esperança de conhecer
o que é o divino em ti, em nós, nos homens.

Quem – somos nós?
Nós – quem somos?
Somos quem – nós?
           Nós – quem somos?

A ausência de nós,
a querência do múltiplo, a busca do pleno,
a vontade do absoluto, a perda, o des-encontro,
o vazio, o vácuo, o nada,
os olhos voltados para o infinito,
a alma no compasso do quotidiano
e do real em busca da presença
das alegrias, prazeres,
do eterno e imortal,
mesmo no vai-e-vem do efêmero e etéreo,
mesmo na rede do sim e do não,
mesmo na dança escalafobética
da contradição e das ambigüidades
da consciência do presente
entrelaçada à consciência histórica.  

Somos nós – quem?
Somos quem – nós?
Nós quem – somos?

Somos os braços para a-colher, envolver,
Afagar e dar o colinho do peito
ao outro,aos humildes, aos pobres, aos simples;
somos o coração para amar
somos o espírito para sensibilizar
somos a alma para desejar
somos a vontade da paz, da felicidade,
de nos encontrarmos, de nos encontrarmos
em Deus, nas emoções verdadeiras,
nos sentimentos de compaixão, solidariedade,
somos a verdade em busca
do Espírito Santo
de nossos pecados e culpas.

Que cantamos – nós?
Nós – o que cantamos?
Cantamos o quê – nós?

A graça de sermos vocacionados
À felicidade, à paz, ao conhecimento de sermos quem somos;
o espírito no ritmo das buscas
do bem e da compaixão,
da solidariedade e da amizade,
a alma na musicalidade dos desejos
de ser, da verdade.

De quem cantamos – a graça?
A graça de quem  - cantamos?
Cantamos a graça – de quem?

De quem mais soube a poética do Ser,
a poiésis do espírito, a palavra que entranha e des-entranha
O mistério da fé, da esperança,
o soneto de rimas que
deseja a chave-de-ouro
Do verbo que encarna a vida no tempo de viver,
Da carne que verbaliza o tempo
Na vida de todas as utopias e quimeras. 

A graça – de quem cantamos?
De quem – cantamos a graça?
Cantamos – de quem a graça?

De quem sentiu nos interstícios do espírito
O que é isto – a busca do Ser?
De quem buscou no inconsciente divino
A fé que alimenta a vida,
A esperança que pro-jeta os sonhos e fantasias,
O amor que nos embala no vai-e-vem dos tempos
E das utopias.
De quem construiu a vida
Com o suor das lutas e labutas,
Com a fé das virtudes éticas e morais.

Que cantaste – tu?
Tu – que cantaste?
Cantaste tu – o quê?

O conhecimento do ser nas dialéticas
Da ec-sistência, o vazio do não-ser na profundidade ausente/presente,
Na superficialidade dos interesses/ideologias,
Nos desejos foraclusivos da psique e mente;
A fé no ser que des-vela a floresta silvestre do sentimento,
O abismo profundo da alma nas fontes metafísicas do divino,
Na teologia imanente da transcendência.

Cantaste o quê – tu?
Quê – cantaste tu?
Cantaste – tu, o quê?

O amor que só vive de entrega e doações,
O carinho que só ec-siste de toques e re-toques.
A ternura que só alimenta o sensível e a sensibilidade
De sorrelfas do sentimento e emoções.
A compreensão que fecunda o coração dos homens,
o entendimento que rega o espírito,
a solidariedade que comunga o eu e o outro
E condu-los ao desejo da conquista e real-ização.
A paz de saber a vida, koinonia do sonho e verbo.

De que modo -  cantastes?
Cantastes – de que modo?
De quê – cantastes o modo?

Na melodia simples de versos profundos,
Que ascendem ao numinoso os verbos do eterno,
Na eternidade da memória,
Na lembrança do espírito subterrâneo;
Na musicalidade ingênua e inocente de estrofes
Que rogam a intuição pura da vida,
A percepção singela das veredas
Que ao ser da floresta nos envia para con-templarmos
A suavidade do uni-verso, a tern-idade do infinito,
A sublimidade do horizonte no crepúsculo da sensibilidade,
A éter(idade) do cristal-vida
Na dialética do ser no não-ser da dialética;
No ritmo sensível de palavras poiéticas,
De poiéticos significados nos significantes do verbo
Que precede a carne,
De poéticos inter-ditos na significância dos sentidos não revelados.

A quem amastes – tu?
Tu – amastes a quem?
A quem tu – amastes?

À doce esposa e companheira, aos filhos,
Aos alunos a quem desejastes no coração o encontro da vida,
Da realização,
Aos homens, a quem desejastes a plenitude
Da fé, o verbo do amor, entre-vírgulas o adjetivo do divino;
A Deus amou na divin-idade de seu Ser,
No Ser da divin-idade do amor;
A Cristo rogou e implorou, contemplando a Salvação,
Redenção, a liberdade humanística da Vida/Ser,
O Ser humanístico da Liberdade/Vida
A Vida humanística do Ser-Liberdade.

Nobremente sofreste – tu?
Sofreste tu – nobremente?
Tu – sofreste nobremente?

Como homem de fé, esperanças, quem com-preendeu,
Sentiu, viveu, vivenciou, experimentou
Os atos-falhos, a forclusividade,
A ausência, o vazio,
Mas no espírito,
Ainda que a alma des-esperançada abisma-se nas
Cataratas de fontes abissais,
Cantaste a canção do espírito,
Os cânticos do amor e do verbo,
Cantastes a solidariedade, compaixão,
Num mundo de sofrimento, dores, angústias;
Sofreste nobremente,
A nobreza da esperança da fé, do amor
Sofrestes em busca do Espírito/Ser.

Foste tu – homem forte?
Homem forte foste – tu?
Tu, homem – fostes forte?

Sinto a tua força nestas palavras,
Nesta linguagem de meus sentimentos,
Neste estilo de elaborar as emoções
Que revelam a tua ausência no mundo
No coração de todos os que receberam
tuas lições, teus conselhos, teus desejos
de liberdade, fé, esperança;
no espírito de tua família que alimentou
de seu alma compassiva e solidária
o amor de teu verbo-conhecer o simples,
os versos, estrofes de sensibilidade,
as notas, ritmo, musicalidade.
Mas a tua presença sensível e intelectual
Em todos os séculos e milênios de nossa vida,
De todos nós que contigo convivemos,
Aprendemos a amar o belo,
A beleza, a desejar o que liberta,
Será Estrela Polar que nos guiará,
Mostrar-nos as veredas
Dos campos silvestres
Por que trilhar e querer
O amor...
A esperança...
A fé....

















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