Tu – quem
és?
Quem és –
tu?
És tu –
quem?
Quem tu –
és?
Quem és – quem?
O que é
isso – ser tu?
O que é tu
– ser isso?
Tu – quem
isso ser isso?
Isso – quem é o ser?
És a
esperança de fé que perpassa os tempos
de amanhã,
do infinito, dos horizontes, do uni-verso;
és a fé
que suprassume as controvérsias
dos
desejos e vontades do eterno e imortal;
és a
utopia da consciência-estética-ética,
da
cristianidade, da transcendência,
da
divinidade;
és o desejo
do belo e da beleza,
de sonhos
de encontro do ser,
de ser o
verbo do sublime e eterno
de ser a
carne do perpétuo, da cáritas;
és a
consciência-ética-estética
que
re-cria e cria outros uni-versos
de sonhos
e quimeras,
de
fantasias e vontades
da beleza
resplandecente
do amor e
da felicidade.
És tu –
quem?
Tu- quem
és?
Quem és –
tu?
És – tu quem?
És o verbo
que perpassa o sonho de esperança
do amor
que fecunda o desejo de conhecer;
és a
poiésis nos interstícios das querências
de
alegrias que preencham o vazio do ser
És a
vontade que habita o sonho de fecundar
o verbo do
amor,
o verbo do
ser e das quimeras,
conjugando
temas e temáticas
nas raízes
do tempo,
nas
sementes dos re-versos,
in-versos,
avessos das querências
contramãos
das tristezas;
és o amor
da esperança de conhecer
o que é o
divino em ti, em nós, nos homens.
Quem –
somos nós?
Nós – quem
somos?
Somos quem
– nós?
Nós – quem somos?
A ausência
de nós,
a
querência do múltiplo, a busca do pleno,
a vontade
do absoluto, a perda, o des-encontro,
o vazio, o
vácuo, o nada,
os olhos
voltados para o infinito,
a alma no
compasso do quotidiano
e do real
em busca da presença
das
alegrias, prazeres,
do eterno
e imortal,
mesmo no
vai-e-vem do efêmero e etéreo,
mesmo na
rede do sim e do não,
mesmo na
dança escalafobética
da
contradição e das ambigüidades
da
consciência do presente
entrelaçada
à consciência histórica.
Somos nós
– quem?
Somos quem
– nós?
Nós quem –
somos?
Somos os
braços para a-colher, envolver,
Afagar e
dar o colinho do peito
ao
outro,aos humildes, aos pobres, aos simples;
somos o
coração para amar
somos o
espírito para sensibilizar
somos a
alma para desejar
somos a
vontade da paz, da felicidade,
de nos
encontrarmos, de nos encontrarmos
em Deus,
nas emoções verdadeiras,
nos sentimentos
de compaixão, solidariedade,
somos a
verdade em busca
do
Espírito Santo
de nossos
pecados e culpas.
Que
cantamos – nós?
Nós – o
que cantamos?
Cantamos o
quê – nós?
A graça de
sermos vocacionados
À
felicidade, à paz, ao conhecimento de sermos quem somos;
o espírito
no ritmo das buscas
do bem e
da compaixão,
da
solidariedade e da amizade,
a alma na
musicalidade dos desejos
de ser, da
verdade.
De quem
cantamos – a graça?
A graça de
quem - cantamos?
Cantamos a
graça – de quem?
De quem
mais soube a poética do Ser,
a poiésis
do espírito, a palavra que entranha e des-entranha
O mistério
da fé, da esperança,
o soneto
de rimas que
deseja a
chave-de-ouro
Do verbo
que encarna a vida no tempo de viver,
Da carne
que verbaliza o tempo
Na vida de
todas as utopias e quimeras.
A graça –
de quem cantamos?
De quem –
cantamos a graça?
Cantamos –
de quem a graça?
De quem
sentiu nos interstícios do espírito
O que é
isto – a busca do Ser?
De quem
buscou no inconsciente divino
A fé que
alimenta a vida,
A esperança
que pro-jeta os sonhos e fantasias,
O amor que
nos embala no vai-e-vem dos tempos
E das
utopias.
De quem
construiu a vida
Com o suor
das lutas e labutas,
Com a fé
das virtudes éticas e morais.
Que
cantaste – tu?
Tu – que
cantaste?
Cantaste
tu – o quê?
O
conhecimento do ser nas dialéticas
Da
ec-sistência, o vazio do não-ser na profundidade ausente/presente,
Na
superficialidade dos interesses/ideologias,
Nos
desejos foraclusivos da psique e mente;
A fé no
ser que des-vela a floresta silvestre do sentimento,
O abismo
profundo da alma nas fontes metafísicas do divino,
Na
teologia imanente da transcendência.
Cantaste o
quê – tu?
Quê –
cantaste tu?
Cantaste –
tu, o quê?
O amor que
só vive de entrega e doações,
O carinho
que só ec-siste de toques e re-toques.
A ternura
que só alimenta o sensível e a sensibilidade
De
sorrelfas do sentimento e emoções.
A
compreensão que fecunda o coração dos homens,
o
entendimento que rega o espírito,
a
solidariedade que comunga o eu e o outro
E
condu-los ao desejo da conquista e real-ização.
A paz de
saber a vida, koinonia do sonho e verbo.
De que
modo - cantastes?
Cantastes
– de que modo?
De quê –
cantastes o modo?
Na melodia
simples de versos profundos,
Que
ascendem ao numinoso os verbos do eterno,
Na
eternidade da memória,
Na
lembrança do espírito subterrâneo;
Na
musicalidade ingênua e inocente de estrofes
Que rogam
a intuição pura da vida,
A
percepção singela das veredas
Que ao ser
da floresta nos envia para con-templarmos
A
suavidade do uni-verso, a tern-idade do infinito,
A
sublimidade do horizonte no crepúsculo da sensibilidade,
A
éter(idade) do cristal-vida
Na
dialética do ser no não-ser da dialética;
No ritmo
sensível de palavras poiéticas,
De
poiéticos significados nos significantes do verbo
Que
precede a carne,
De
poéticos inter-ditos na significância dos sentidos não revelados.
A quem
amastes – tu?
Tu –
amastes a quem?
A quem tu
– amastes?
À doce
esposa e companheira, aos filhos,
Aos alunos
a quem desejastes no coração o encontro da vida,
Da
realização,
Aos
homens, a quem desejastes a plenitude
Da fé, o
verbo do amor, entre-vírgulas o adjetivo do divino;
A Deus
amou na divin-idade de seu Ser,
No Ser da
divin-idade do amor;
A Cristo
rogou e implorou, contemplando a Salvação,
Redenção,
a liberdade humanística da Vida/Ser,
O Ser
humanístico da Liberdade/Vida
A Vida
humanística do Ser-Liberdade.
Nobremente
sofreste – tu?
Sofreste
tu – nobremente?
Tu –
sofreste nobremente?
Como homem
de fé, esperanças, quem com-preendeu,
Sentiu,
viveu, vivenciou, experimentou
Os
atos-falhos, a forclusividade,
A
ausência, o vazio,
Mas no
espírito,
Ainda que
a alma des-esperançada abisma-se nas
Cataratas
de fontes abissais,
Cantaste a
canção do espírito,
Os
cânticos do amor e do verbo,
Cantastes
a solidariedade, compaixão,
Num mundo
de sofrimento, dores, angústias;
Sofreste
nobremente,
A nobreza
da esperança da fé, do amor
Sofrestes
em busca do Espírito/Ser.
Foste tu –
homem forte?
Homem
forte foste – tu?
Tu, homem
– fostes forte?
Sinto a
tua força nestas palavras,
Nesta
linguagem de meus sentimentos,
Neste
estilo de elaborar as emoções
Que
revelam a tua ausência no mundo
No coração
de todos os que receberam
tuas
lições, teus conselhos, teus desejos
de
liberdade, fé, esperança;
no
espírito de tua família que alimentou
de seu
alma compassiva e solidária
o amor de
teu verbo-conhecer o simples,
os versos,
estrofes de sensibilidade,
as notas,
ritmo, musicalidade.
Mas a tua
presença sensível e intelectual
Em todos
os séculos e milênios de nossa vida,
De todos
nós que contigo convivemos,
Aprendemos
a amar o belo,
A beleza,
a desejar o que liberta,
Será
Estrela Polar que nos guiará,
Mostrar-nos
as veredas
Dos campos
silvestres
Por que
trilhar e querer
O amor...
A
esperança...
A fé....
Nenhum comentário:
Postar um comentário