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Re-vers-itudes de re-vers-idades re-versas
in-versas
Vers-ificam verbos defectivos de horizontes pálidos
À luz de crepúsculo tergi-versado de luzes
Sonhos dialéticos de uni-versos sombrios distantes
À mercê de nuvens celestiais deslizando lentas,
Esperanças con-tingenciais de in-finitos envelados
Às furtivas de cânticos longínquos transpassando
O tempo en-si-mesmado de rodas-vivas,
Vers-ejam pers-pectivas de espelhos convexos,
Re-definindo imagens em miríades livres
De silêncios extensos do ser re-fletindo
Os entes despidos espalhados entre as estrelas
Feito poeiras cósmicas,
Gritos sufocados atravessam a noite,
O mundo pára, alucinado, devorando desejos,
Vers-inicializam
na neblina de qualquer esquina volátil
Sentimentos efêmeros
Tão leves e gasosos quanto as nuvens do céu,
Rompendo no eterno eclipse da paixão
O passado imaginário onde o vento sopra forte
Lindos cânticos de complexos versos,
Decifrando a encriptação,
Que reside no coração.
Re-vers-itudes de re-vers-idades re-versas
in-versas
Con-templam eternas partidas
Re-versando
esgares de melancolia à revelia
Das dialéticas do ser e não-ser
Bolinando a escuridão da noite, fabricando vida
plena,
Seduzindo de cores semi-vivas a nudez do corpo
Inter-dita do espírito da vida,
Re-vers-ejam voláteis melodias,
Sussurradas, murmuradas, cochichadas,
Con-tingência de silêncios trans-passando
De finitos êxtases re-vestidos de luzes opacas
O in-finito verso do uni-verso complexo
De dúvidas, inseguranças, medos, desesperanças,
Re-velando o oculto, des-vendando mistérios,
Des-bravando o inconsciente, des-cobrindo segredos,
Des-cobrindo o quanto a vida se des-cobre
E se re-vela num olhar:
Olhar de piedade,
Olhar de compaixão,
Olhar de perdão,
Olhar de malícia,
Olhar de desejo,
Olhar de volúpia,
Olhar de sedução.
Manoel Ferre**CAMPESINOS LILASES**
Espectros numinosos alumiando a água límpida
Na lagoa nívea, re-fletida na notívaga floresta
dos mistérios
Cores vivas do arco-íris brilhando de pretéritos
de sonhos,
Alvorecer, genesis da beleza iluminando os
enigmas
Miríades de luzes perpassando pers de pectivas de
longínquos horizontes
Flores silvestres, campesinos lilases
A águia solitária flana as asas levemente, segue o
seu itinerário
Sentimentos, emoções, sensações do porvir de
esperanças
Lívidas a-nunciações do tempo do ser sussurrando
verbos do amor
Inspirações, percepções, intuições da verdade
Infinitas in-fin-itudes pervagando de sonhos de
ocasos
Espírito de nostalgias,
Alma de melancolias,
Garoa de orvalhos salpicando as flores de
efemer-itudes.
Manoel Ferreira.
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