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terça-feira, 24 de novembro de 2015

*AMANHÃ TEM CIRCO? TEM SIM SENHOR*



A arte encena o cômico dos gestos,
A performance das palavras soltas, livres
Ensaia o riso cênico da re-presentação
Imaginações falseiam a alma agonizando
Sofrimentos, dores,
Compõem o sarcasmo
Da vida, transformando-o em risos,
Risos do sarcasmo fazem a alegria
Do público re-fazendo o passado,
Sonhando o futuro, desejando a perfeição,
A maquiagem de cores destoantes,
Paradoxais constrói o fingimento,
Falsidade, farsa da alma
A re-fletir no espelho da inconsciência
Imagens dos desejos ocultos,
Perspectivas dos sonhos escondidos...

No instante de gesto único ainda a performar
O porvir do sentimento irônico,
O movimento inconsciente das almas
A re-velarem de ironias a ausência de res-postas,
As pernas tremelicando, a cambalhota simples,
O cênico atingindo o clímax circense,
Comungando público e arte,
A vida no auge do irreal,
Fantasias, quimeras, ilusões
No Olimpo do Hilário, deuses simples
Confabulando com os imortais o cinismo da vida,
Crianças molhando as calcinhas e calças,
Adultos extasiados chorando em silêncio
Tristezas, solidão, medo,
Momento sem gestos, sem palavras

Palhaços e público se olha,
Entre-cruzam os olhares,
Uno e verso do espetáculo circense
De emoções di-versas,
Sentimentos ad-versos
São mutuamente sonho-da-vida,
São em uníssono utopia-da-felicidade,
São de mãos dadas desejo-do-eterno,
Risos, gargalhadas, emoções vivas,
Sentimentos transparentes, lívidos,
Amanhã há-de ser outro dia,
No camarim, o olhar distante
Nalguma vereda do caminho,
Con-templando o além vazio,
A alma divagando de horizonte em horizonte,
Querendo saber a solidão de ser vida...

"Amanhã tem circo?"
"Tem sim senhor"...


Manoel Ferreira

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