A
arte encena o cômico dos gestos,
A
performance das palavras soltas, livres
Ensaia
o riso cênico da re-presentação
Imaginações
falseiam a alma agonizando
Sofrimentos,
dores,
Compõem
o sarcasmo
Da
vida, transformando-o em risos,
Risos
do sarcasmo fazem a alegria
Do
público re-fazendo o passado,
Sonhando
o futuro, desejando a perfeição,
A
maquiagem de cores destoantes,
Paradoxais
constrói o fingimento,
Falsidade,
farsa da alma
A
re-fletir no espelho da inconsciência
Imagens
dos desejos ocultos,
Perspectivas
dos sonhos escondidos...
No
instante de gesto único ainda a performar
O
porvir do sentimento irônico,
O
movimento inconsciente das almas
A
re-velarem de ironias a ausência de res-postas,
As
pernas tremelicando, a cambalhota simples,
O
cênico atingindo o clímax circense,
Comungando
público e arte,
A
vida no auge do irreal,
Fantasias,
quimeras, ilusões
No
Olimpo do Hilário, deuses simples
Confabulando
com os imortais o cinismo da vida,
Crianças
molhando as calcinhas e calças,
Adultos
extasiados chorando em silêncio
Tristezas,
solidão, medo,
Momento
sem gestos, sem palavras
Palhaços
e público se olha,
Entre-cruzam
os olhares,
Uno
e verso do espetáculo circense
De
emoções di-versas,
Sentimentos
ad-versos
São
mutuamente sonho-da-vida,
São
em uníssono utopia-da-felicidade,
São
de mãos dadas desejo-do-eterno,
Risos,
gargalhadas, emoções vivas,
Sentimentos
transparentes, lívidos,
Amanhã
há-de ser outro dia,
No
camarim, o olhar distante
Nalguma
vereda do caminho,
Con-templando
o além vazio,
A
alma divagando de horizonte em horizonte,
Querendo
saber a solidão de ser vida...
"Amanhã
tem circo?"
"Tem
sim senhor"...
Manoel
Ferreira
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