Total de visualizações de página

terça-feira, 24 de novembro de 2015

ADÁGIO PARA AS SOMBRAS Manoel Ferreira





Resta o essencial...
Busco solidão e silêncio, indispensáveis aos êxtases e devaneios profundos.
Creio nunca terdes vós oportunidade de encontrar nos escritos que se acham em agendas início de tão curtos parágrafos. O primeiro com idéia e espiritualidade a serem realizadas, seguido de reticências a indicarem outros adágios para as sombras. Amostra evidente de quem busca a sublimidade, quando se é capaz de dizer o que se vai na alma.
Quem dera o dom fosse de gênio! Conseguiria expressar o que desejo da vida! Não apenas o sentido - estou a construí-lo com vontade imensa de alcançar a sublimidade. A plenitude virá por acréscimo.
Contudo, o desejo não é senão mostrar o que se pode desejar. Apesar de tragédias, comédias, óperas, o que tem ela a ensinar? Caminhos de consciência e espiritualidade. Sinto-a no coração, onde as palavras são símbolos divinos.
Oh, deixe-me dizer-vos vez por todas... O que busco é a espiritualidade divina. Maria Santíssima tem me mostrado através de realizações, prazeres, lutas e desejos, ser possível.
Compreendi que: “O que fundamenta a proximidade de Deus e os homens são a cruz e o tempo...” Sonhei com alguém a me dizer um homem devia morrer. A voz era deste alguém. Contudo, era eu quem devia fazê-lo, alcançar a ressurreição, redenção...
Ah, amigos, vós tendes dificuldade de entender as águas límpidas que correm neste rio.  Tendes dificuldade de mostrar as ausências de todas as margens, fronteiras. O destino será a plenitude passando pelos oceanos e mares. Contudo, sei que além de suas fontes originárias os sonhos terão sido realizados. Outros virão por acréscimo, seja aqui, acolá. 
Senhores, se vós entrais neste quarto, descobrirá quadro imenso de Maria Santíssima, a Mãe da Humanidade, de Cristo, a nossa Mãe. Olho-a e penso nisto que significa buscar o sonho do verbo amar. Inspiro-me n´Ela para escrever linhas da vida, enquanto obra que dedico aos homens. Vivo com orgulho, fé, esperança. Jamais me afastei desta esperança profunda: a felicidade pura. Sentiu-a Maria Santíssima tomando nos braços o Menino Jesus, Filho de Deus...
Belo isto, não? O que falta aos escritores e poetas, artistas para poderem sentir nalma o valor da iluminação divina, o sentimento de que se compreendeu o que fundamenta a proximidade dos homens e de Deus são a cruz e o tempo? Falta muito.
Ah, sim, esqueceu-me dizer a respeito de haver encetado esta reflexão a partir do instante em que registrei “resta o essencial”, e este início tão simples, mas se pensado em sua profundidade, desde o adágio para as sombras até o para as esperanças, sermos não apenas dignos de nós, através de atitudes, trabalhos, esperanças, mas merecedores deles... Somos merecedores da vida, enfim trabalhamos para que se mostre verdadeira, este é o sonho de toda a humanidade, algumas vezes aproximando-se, outras se distanciando, outras vivendo em harmonia, mas, felizmente, buscando...
Maria Santíssima, mãezinha de meu coração, não entendem estes homens que não é somente a Senhora que se expressa em mim, também o espírito se expressa. Vivo estes momentos de felicidade, acima de tudo, de trabalho.
Hum... hum... hum... Que essencial é este?! Ainda não se mostrou. Acredito seja impossível se mostrar vez por todas. Resta muito a ser realizado, conquistado, às vezes a satisfação e alegria são grandes diante de resultados alcançados ao longo dos anos. Assim entendo o que escrevera alguém íntimo, “Se o Ser se faz continuamente, a continuidade é também o Ser”. Adágio para as esperanças, sombras, sonhos, verbo amar, enfim... Sonho dentro de outro sonho, dentro de outro sonho...
O essencial virá depois... Depois de que? Não saberia dizer. Se soubesse, sentir-me-ia irritado, nada teria que buscar. Estaria condenado a uma eternidade sem qualquer sentido, a pura idiotice.
Não esperava que este essencial se revelasse nestas palavras, o que queria era apenas falar deste desejo da busca, encontro.           

Nenhum comentário:

Postar um comentário