Ilusões de antanhas esperanças e
sonhos, ondas de verbos deslizam suaves e serenas, versos de pensamentos,
questionamentos singelos do vir-a-ser de horizontes que respinga de dimensões
de verdades os volos da inspiração, intuo na imagem das idéias a sensibilidade
do ser, e sinto que a poesia é eidos da filosofia, percebo o verbo dos sonhos
de amar na dimensão da verdade de ser a semente do prazer se encontra na emoção
de refletir, meditar, pensar, in-vestigando os vestígios das fantasias,
fertilidade da imaginação.
Poesia da filosofia - e a coruja canta no silêncio da noite a linguística das
querenças do belo sublime, da suave beleza da sabedoria que sacia a sede do
pleno plenificado de outros uni-versos do verbo que à lareira verseja as chamas
dos idílios do silvestre porvir da floresta de místicos mistérios do eterno.
Filosofia da poesia - no alvorecer o canto dos pássaros saudando os raios
numinosos do sol, a natureza que diviniza o panorama de estesia simples e
inocente, a estética do sujblime. Ser e verbos... Na amplidão de longínquos
pretéritos presentes na memória, o prazer de re-versos desejos, o clímax de
in-versas vontades, a extasia de ad-versas visões-do-espírito, "Ah, look
at all the lonely people...", a idiossincrasia do eterno esquecida no
tempo, a flor de cactus presenciada nos alvores de outro ser do verbo, que me
alimente de outros subjuntivos e gerúndios do saber-verbo-uno, das buscas e
querências a miríade de luz de minh´alma resplende de nonadas a luz das
travessias, assim vou perfilando ou performando as poeiras das estradas à luz
do picadeiro de gargalhadas, do palco de desejâncias da leveza do ser.
Nos pretéritos tempos de estudante de Filosofia, aquele desejo da glória, ser
filósofo, fazer a humanidade pensar, refletir e meditar, e num botequim de
bairro simples, na companhia de meu mestre Jaime França, professor da Escola de
Letras, Teoria da Literatura II, disse-lhe após um gole de pinga e um fisgar de
traíra frinta: "O verbo da prosa é o reverso do absoluto das idéias e
pensamentos e o verbo da poesia é o inverso dos sentimentos da
eternidade". e ele de prontidão segurando o copo francês de pinguinha:
"O Hegel da Atualidade" E no tempo das letras Hegel tornou-se apenas críticas
do Absoluto, segui as sendas e veredas dos Caminhos do Campo, de Heidegger.
Pensamento e ideais de cá, vivenciário e vivencial da caminhada na floresta de
mistérios e enigmas do "Ser", o sentimento, a sensibilidade de lá,
projetos do ser no ser-sendo das contingências dos desejos do eidos da verdade.
Segui estes passos, mas sempre buscando estarem à luz de quem sou, quem
represento nas estradas de poeiras metafísicas, e no além das trilhas a
roda-viva das dialéticas e contradições do não-ser e ser.
Ritmo de músicas trans-cende a vida e a morte, trans-eleva o sonho e as
esperanças, trans-passa travessias e pontes partidas, regendo linguagens do
dito,
inter-dito estilo da saudade e melancolia, além-ditas formas e estruturas da
alegria e tristeza, querência e ilusões do ter sido no ambíguo ato de jogar
sobre a mesa
As leis naturais do sentido e significado, metáforas, símbolos, signos,
re-presentações de linhas em góticas letras, magnífico retrato dos sentimentos
comungados à poiésis da metafísica, às idéias re-colhidas e a-colhidas nos
horizontes pretéritos das experiências, nos uni-versos mais-que-perfeitos das
desilusões, aos sonhos e utopias do belo con-tingente, da beleza
trans-cendente,
No silêncio eloqüente da floresta silvestre, con-templar as águas brancas do Infinito
No seio des-encarnado de senso, contra-senso, comungar linhas e entre-linhas
Nas além-linhas do orgasmo, da magia.
Manoel
Ferreira.
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