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terça-feira, 24 de novembro de 2015



Orgulhosos, simples, rebeldes não apreciem lições, ensinamentos – quem se é,  quem se julga para querer ensinar, dar lições? – que não desejam ler algo que mais parece uma aula de língua, aconselho deixar de lado, não perder tempo com esta página e meia. Há tantas outras coisas que se pode fazer, tirar mais lucro do que ler isto. Posso afiançar. O que me alegra, inspira-me júbilo, não é o mesmo que o faz com os outros.
A propósito, não é verdade que as palavras só têm um significado em nossa mente, razão, intelecto, sei lá, quem sabe noutras dimensões da alma e do espírito senão nessas com que vivemos e convivemos desde tempos imemoriais?! Se a alguém for perguntado o que significa tal palavra, só se responde com uma palavra. Quem citar dois pode desde já ser digno de júbilo, e quem citar mais de três pode ser digno de... não sei que termo usar, quem sabe me esteja evitando dizer são os gênios.
Trazemos dentro em nós apenas um significado para as palavras, e com ele vivemos e convivemos. É o que nos convém...
Palavras, dizei desde já que amanhã vós sereis conhecida melhor. Cansei-me de seu silêncio, de sua brincadeira de esconde-esconde, de suas estratégias e diplomacias... Ah, sim, deixai-me antes desenvolver um pouco melhor a idéia que se me anunciou, a intuição que se revelou e manifestou em mim.
É o que nos convém... Sentimos merecedores de júbilo, sentimo-nos alegres com este sentido, significado, satisfaz as nossas necessidades e exigências. E, acreditem, às vezes tenho dificuldades de estabelecer diálogo com alguém e perguntar-me sobre essa linguagem erudita, indagando o sentido e o significado deste ou daquele termo e não souber responder. Escrevendo, busco muito a presença do dicionário para conhecer outros sentidos, significados para os termos utilizados, às vezes orientando o leitor, registrando o com que esteja criando os textos, para melhor facilitar.
E por que convivemos e vivemos com um único sentido e significado para as palavras? Responder a essa pergunta é até um atestado de imbecilidade, falta de senso e de ridículo, isso sem me lembrar do senso de ridículo. Não há quem não dê a resposta na ponta da língua, o único ponto de vista, a única verdade. Prefiro não registar, até mesmo para deixar um clima de questionamento sobre o que parece ser um erro, outra coisa não é senão como se escreve em Português de Portugal: “registar” ao invés de “registrar”.
E nesse sentido não nos esqueçamos de que também o que parece ser um erro, uma criação, outra coisa não sendo que outra palavra – refiro-me à palavra “opifício”; o que em primeva instância se anuncia é que houve um erro de ortografia, uma criação minha, o que na arte é atestado de júbilo, para alguns, e que imortalizou tantos, o seu estilo, a sua linguagem. Não é criação. Não está errado. Simplesmente significa “trabalho de artífice”,  e artífice, “Operário ou artesão que trabalha em determinados ofícios; artista”.
Ah, sim, isto me causa imensos prazeres, alegrias, sinto-me digno de júbilo, louvor, satisfazendo o ego. E a alegria se torna ininteligível quando na garganta o nó górdio se estabelece com toda força, e uma sede ainda maior, isto até lembrando estar havendo um estado de êxtase tão grande que exagero as questões, mas a ponto e natureza serve aos objetivos e interesses. Sinto ser quem estou a dizer e tudo o que mais desejo assistir é a palavra mesma se expressando, dizendo-se, entregando-se à busca do verbo amar, e este só se revela quando há a busca de expressar os sentimentos, emoções, intuições, e o quais se acrescentar nesse elenco, enfim a idéia é de mergulhar na expressão.
Sentir-me digno de júbilo com este dom que me fora doado gratuita e arbitrariamente por Deus, e assim estar cumprindo a minha missão no mundo, esta que me ocupara desde sempre. Jamais se separarão de mim estas pequenas coisas, tão singelas, puras, divinas, e sou quem interfere na sua expressão com os erros e enganos de toda sorte e erro, com as utopias e sonhos a queimarem o peito, o desejo de sentir-me digno de júbilo com as palavras.
Conhecer-me, expressar-me através das palavras, e que isso esteja em consonância e harmonia com o que vivo, experimento, sofro, tenho alegrias, prazeres, sou um homem como qualquer um outro, e isto com que sinto prazeres são os alimentos de todos os dias. Isto é o que no meu ponto de vista, unicamente visto de um ponto, mas bem que poderia ser de inúmeros outros, essas coisas que apaixonam, a lida com as palavras. Contudo, sinto prazeres.
Quem sabe não seja uma das dimensões da sabedoria, a que não conhecemos ainda, amanhã será melhor conhecida, quem sabe nessas linhas aqui, ouvindo “Tomorrow, Tomorrow”, Bee Gees, refiro-me a um mergulho mais profundo no termo inteligência, mas felizmente agora não é o tempo de isso acontecer, muitas águas terão de passar de por baixo da ponte.
São sonhos?! São utopias?! Quem sabe me seja dado dizer são ambos, sonhos e utopias, que me habitam poeticamente, mas, seguindo trilhas outras, antiqüíssimas, modernas, contemporâneas, não me interessam muito estas classificações, mas numa atitude de rebeldia, isto de enfatizar o “maldito” que me julgo ser, rejubilo-me com isso, de mistério quanto a algumas questões com que inda não estou preparado para viver, águas devem rolar espontaneamente o caminho delas rumo ao sonho do oceano, do encontro e do desencontro.
Diria não serem sonhos, utopias? Sim, não só diria, mas como endossaria, a partir do instante em que se tornam de domínio público, torno-me o único responsável, e isto mais ainda fustiga o espírito a clamar de joelhos ao chão da poesia, da prosa, da linguagem de quem deseja algo tanto encontrar e segue o seu caminho clamando por compaixão, misericórdia: “Deus, doai-me o dom de as palavras falarem, expressarem, mostrarem quem são, lembrando até que “mostrar não é ser e ser não é mostrar”, quem sabe a união de “mostrar” e “ser”, sem máscaras, sem subterfúgios, mesmo que eu me perca inteiro, não me importa isso...

O sonho e a utopia continuam, e isso ainda mais fustiga, lembrando de outro sentido que alguns não sabem, razão conhecida, não necessitada de explicação “excitar, incitar, estimular” a inteligência ao momento que tanto deseja alcançar, o alegre opifício de sabedoria.            

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