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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ÓPERA DE VERBOS EFÊMEROS



Neblina de sorrelfas con-templadas à diáfana luz de subjuntivos pretéritos, nadificado o tempo de rarefeitas quimeras, solidão criada para re-fazer sendas e veredas do inaudito sentimento do efêmero. Re-crio o nada de miríades do desejo de vislumbrar o cerne da esperança de neblina pairar na superfície do abismo, em cujo espaço o nada performa sua dança à mercê do vento gélido ad-vindo das profundidades abismáticas, e sonho na madrugada de silêncio o orvalho respingando as folhas, as rosas que ao amanhecer des-abrocharão, exalarão o perfume que inebriará o espaço.
Quiçá não possa voar, dando asas à imaginação, mas nas asas das metáforas que a linguagem e o estilo crio possa pairar nas contingências, dialéticas, útero que gera o ad-vir de outros instantes-limites a conceberem novos sonhos e utopias.  Quiça possa alumbrar os sentidos que re-crio  e com eles inspirar-me as esperanças  a-nunciadas e não re-veladas.
Na fonte originárias das travessias, águas sublimes de pureza iniciam a longa jornada nos caminhos sem margens, sob os raios numinosos do sol, sob o brilho da lua minguante, sob a cintilância das estrelas. Tempo de re-fazendas, versos e re-versos, estrofes e in-versos do poema de águas, per-fazendo sem métricas e rimas os interditos da alma sedenta de verbos que iluminem os caminhos de trevas, a selva de mistérios e enigmas. Esperanças do verbo... Esperanças do ser... Esperanças do amor. Místicos sentimentos do eterno sublime projetando nos leves pingos da chuva fininha a felicidade que perpassa no movimento do tempo, do vento o silêncio subjuntivo de pretéritos imperfeitos, alcançando o espírito da perpetuidade concebida à luz das cores vivas do arco-íris. 
Metáforas métricas de linguísticas ad-versas do tempo e do ser, ao lince do vazio de volos protelados aos universos longínquos do vir-a-ser, do nada de olhares tergiversados de dúvidas de o verbo não ser o infinitivo da verdade, do absoluto. Crio, re-crio, invento, in-vestigando os interstícios da alma carente de silvestres alamedas do amor, palavras neológicas a sensibilizarem a carne da liberdade de revelar o inaudito do eidos do ser... A-e-i-o-u... Feto, féretro... Na colina de oliveiras, a linguística do silêncio, resto da solidão que solsticiou o primevo do tempo seduzido do genesis do ser nas bordas do não-ser, ampliando as areias do deserto aos auspícios do horizonte sem confins e arribas. A alma dos cem anos vagueia no gerúndio dos pretéritos indizíveis, perambula no particípio de subjuntivos ininteligíveis à luz das nonadas do manque-d´être, deambula no indicativo das linguísticas do tempo imperfeito de versos e estrofes de memória que trans-literaliza o caos da contingência em cosmos da trans-cendência, e no Everest da colina os ventos dançam a Ópera do Verbo Efêmero, as estrelas atrizes da esperança do belo, a lua coadjuvante do sonho da beleza versificam em gestos os campos de lírios, a harpa e a cítara executam o ritmo e a melodia da morte na alma, violino e saxofone executam a musicalidade do Amar, Verbo Intransitivo, e Diadorim desbrava o ser-tao das veredas.
Amar... Amar é verso re-verso de estrofes. Amar é estrofe in-versa de metáforas. Amar é soneto ad-verso de linguísticas. Amar é chave de ouro além-versa das dialéticas dos desejos e in-desejos. Amar é tocar na poesia e sentir a poiética do verbo enamorar-se da poemática do ser. Amar não é nos versos da poesia o romantismo das utopias da eternidade, prazer e gozos sentir.

Manoel  Ferreira.

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