Adriana, para você com muito amor e carinho.
Sou coruja e canto em noites solitárias,
Madrugadas silenciosas, desérticas;
Sou o além, em cuja imensidão
Águias sobrevoam
A liberdade de asas leves;
Sou o horizonte de travessias,
Por intermédio das nonadas
Transcendo os verbos do tempo,
Mergulho no ser,
In-fin-itudes re-fazendo desejos
De versos metafóricos do sublime;
Sou a poeira de estradas íngremes
Por onde trilho passos
Con-templando a long-itude e distância
Entre o efêmero e eterno,
Volúpia de esperanças de cânticos
Anti-bíblicos do caos
Em cujas cordas de liras,
Harpas, violinos
A melodia for-ever de perenes
Ritmos revela o amor absoluto;
Sou o olhar brilhantes,
Perscrutando as estrelas longínquas
Por cujas cintilâncias o ser
Perpassa versos de verbos
Da alma carente,
Pervagando a lua de boêmios brilhos,
Em cujo útero da poiésis a concepção
Do belo se projeta;
Sou a sede de águas lúdicas-transparentes,
Cujas gotículas, uma a uma,
São manifestações de outras sedes,
De outros desejos da verb-itude
Da essência-amar,
Essência-entregar-me,
Essência-ser-outro-do-outro.
Cujas moléculas, química a química,
São perspectivas de primevas
Ilusões à luz de pretéritos
Piscando o presente
De "Forever Young" na guitarra
Espiritual
de "Blowin´ in the Wind",
Nas cordas do violão,
Violino de "Gracias a la Vida",
Violetando a "parra" do eterno
À busca da contingência-nada,
Por cujos interstícios a verdade
Se emoldura no espelho
Simples dos versos de Guerra Junqueira,
No fingimento pessoano
Do re-presentar amor o que é
A verdade do amor;
Sou este momento de inspiração,
Através de cujas imagens,
Perspectivas e ângulos
Con-templo, a-lumbro, vis-lumbro,
Luz-lumbro o amor-sol-de-viver
A plen-itude, frio de carência a sentir
As lenhas do sensível a queimarem-se
Na lareira da pura contingência...
Manoel Ferreira
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