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terça-feira, 24 de novembro de 2015

*ÀS ANTÍPODAS DO INFINITO*


Sinto frio intenso no olhar.
Não é só de desfrutar a presença
O desejo de mim.
Não é só de degustar as palavras
A vontade minha.
Não é só um anseio a sensibilidade pura.

Habito-me e sou habitado.
O desejo de mim daí me expulsa.
Sou levado às antípodas do in-finito,
Onde só a subjetividade é capaz de perceber-me.
Trago-me ao mais longínquo aquém de mim,
Onde só a intuição é capaz de re-velar-me.

A mais linda recordação só se me re-vela
Como escombro da paz.
A mais bela lembrança só se me manifesta
Como vestígio da felicidade.
Os olhos brilham intensos.
Vivem um amor, sentindo a sua presença.
A mais exótica e estética lembrança
Só se me apresenta como resquício de calma. 

Se soubesse o significado e sentido do amor...
Nem seriam somente lembranças e recordações,
Instantes felizes e alegres,
Momentos de inteira real-ização.
Tudo é silencioso.
Há uma volúpia no silêncio.
Afigura-se-me há um gosto suave no silêncio.
Encho a boca de um gosto de mel
E de deliciosa amargura.

No âmago de mim, enorme feliz 
Sinto por estar profundamente original em mim.
Irei sentir a ausência de um abraço de despedida.
Procuro os cômodos sem reabrir as janelas fechadas
Há muitos anos,
Nem ergo as cortinas.
Perambulo pelos labirintos abrindo as frestas,
Escancarando as portas.

Um homem deve mesmo interessar-se
Por conhecer a vacilação da planície, inteirar-se dos séculos,
Lutas por se real-izarem e assistirem aos homens real-izarem-se.
Não reivindico passe a assumir os valores e princípios
A História constituiu.

Manoel Ferreira.

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