Não serei a única palavra a con-templar o vernáculo do crepúsculo
Não serei o único verso a vislumbrar a preliminar da noite de estrelas e lua
Não serei a única estrofe a venerar a presença de outras emoções e sentimentos
Nem o silêncio de um olhar distante nalgum sítio do horizonte de alhures,
Não temo que o mundo se divida ao meio ou em miríades,
Haverá por sempre noite e amor uni-versalmente poético,
lua e desejos eternamente poiéticos,
estrelas e sonhos sempre versejantes.
Beberemos champagne numa taça de cristal, comemoraremos a tua maturidade!
Teremos êxtase e volúpia desvairados em nossas cenas e carnes,
Mas ainda desse modo ouviremos as núpcias da corja...
Assim, aconchegados, confortados, triunfaremos o infinitivo defectivo do tempo.
Re-nascer e continuar escorregando em longas ciladas,
Trilhar caminho sem a pretensão das im-provisações e im-previstos todavia.
Se a re-velação negar a procura prísmica do clímax,
Se a a-nunciação recusar o encontro primevo do gozo,
Não haverá motivo ou razão suficientes para en-velar o corpo,
Que se doa à medida dos ornamentos e atitudes
dos arrebiques e gestos
da forma e carícias
Tu és a afronta e a paisana daquele tempo juvenil,
Enquanto perspectiva... enquanto espelho!
Enquanto imagem... enquanto re-flexo!
Enquanto ângulo... enquanto visão!
Ironica e sarcasticamente, os nossos sonhos serão aragens olvidadas
as nossas utopias serão ventos e brisas perdidas
as nossas ilusões serão sibilos do tempo.
Manoel Ferreira Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário