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terça-feira, 24 de novembro de 2015

*ADSTRINGÊNCIA DE PRIMEVAS ILUSÕES*



Horizonte do ser à socapa de sátiras sutis e suaves acerca das contradições, às cavalitas de sarcasmos trans-elevados à seriedade e contundência das dialéticas do nada e nonadas dos parvos desejos de brincadeira com as palavras, modo e estilo de legar ao outro a sua grande oportunidade de revelar as suas futilidades e mesquinharias, sentindo e pensando estar brilhando com tão profundo conhecimento, cintilando com idéias tão esplendentes a respeito da vida, quando na verdade o outro está intimamente dobrando as páginas brancas dos instintos de tantos risos e gargalhadas, aquele velho jogo de jogar a verde para colher a madura.
Nada e nonadas dos parvos, na adstringência de primevas ilusões, quando trazem no coração e na cabeça o rigoroso e pujante método da verdade, e que por outro lado, graças à evolução da humanidade, tornam-se tão delicados, susceptíveis e sofredores a ponto de precisarem de meios de cura e de consolo da mais alta espécie; daí surge o perigo de se esvaírem em sangue ao conhecerem a verdade, ao se conscientizarem de que a ilusão, a mentira, a representação têm pernas curtas, a verdade não lhes é senão modo e estilo de tripudiarem os instintos que lhes são peculiares, o que lhes habita o mais profundo da carne e dos ossos, trans-elevarem a razão em nome de alguma dignidade fantasiosa. Parvoíce de nonadas e nada. Trocam as palavras de lugar para darem sustância ao que chamam de idéias originais, trocam, com a troca das palavras, alhos de parvoíces por bugalhos de perspicácias, mas as nonadas e os nadas permanecem lívidas e vivas, não lhes sobrando outros resultados senão os risos e gargalhadas das pessoas, provocando-lhes muitos pinotes para entenderem e compreenderem os motivos e razões. Na verdade, na verdade, oh, que sina, que saga, nasceram para ser incompreendidos, mas a esperança é a última que morre, chegará o tempo que a humanidade se libertará do berço esplendido dos orgulhos e importâncias da raça, estirpe, descobrirá que são eles os que trazem, sempre trouxeram, nas mãos feitas concha as primevas idéias verdadeiras da vida e das cositas dialéticas do tempo e do ser.
Quando não se tem linhas firmes e calmas no uni-verso da vida, como as linhas das montanhas e dos bosques, das margens dos rios, dos sinuosos caminhos da floresta, o próprio desejo íntimo do homem vem a ser intranquilo, disperso e sequioso como a natureza do citadino: não tem felicidade nem dá felicidade.
Oh, Deus!... Oh, céus!... Quê destino ingrato! Levantam uma harmonia de idéias, coroada de etern-idade; de novo um destino cego de águas subterrâneas lhes escavam a segurança. Dão de ombros a uma questão que lhes são tão indiferente como as cheias do Nilo. Sabem que um castanheiro num cerro é uma verdade natural, não há duvidar. E que o trabalho deles de porem as coisas onde deviam é outra verdade como a primeira. Querem-se só, com silêncio no coração, um silêncio de ventos largos de montanha. Pensarem é acusarem-se ou decidirem-se a um rumo. É sentirem-se presos. Paz! Tapar os olhos, ir para o fundo, mas sem idéias, como uma pedra.
Os parvos estão sempre persuadidos de que as causas a que servem são essencialmente melhores que as outras causas do mundo, e não querem acreditar, nem diante de pelotão de fuzilamento, que a causa deles necessita, para prosperar, exatamente do mesmo estrume malcheiroso que requerem todos os demais empreendimentos humanos.


Manoel Ferreira    

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