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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

**NO ALPENDRE DO NADA, CON-TEMPLANDO A ESTRELA VÉSPER**



Quem pode legar luminosidade de coriscos do astro-rei ou ser resplendor a recair clarões transcendentais da divindade? Sem a afeição, execraria a elocução que se conclui lascívia, sem a confiança, rejeitaria o acontecer que se compõe vida, sem a palavra da consciência, descuraria os devaneios, 
E até que o excedente do curso ainda o crepúsculo fosse deformado, fosse dissecado, fosse gotejado, o âmago desta existência é gentil-homem, tem configuração e raiz, ronda em volta das sortes, cruza por infindos em volta dos luzeiros.
In-transitivo transitivo de reversas inversas manque-d´êtres do infinito vazio do vir-a-ser tramitando direitos e privilégios da verdade que trilha veredas e sendas do tempo não encontrando sítio algum em que se estabelecer, proporcionando o perene desejo da felicidade, fenecendo de mentiras, blefes, tripúdios, nas memórias póstumas única e exclusivamente o epitáfio solene e sereno: "Aqui faz a verdade sem quaisquer serventias, mais valia haver se deleitado e refestelado no alpendre do nada, con-templando a Estrela Vésper..." 
Quem entrar no campo santo e ler isto, não haverá alternativa senão gargalhar às cavalitas diante da ironia e sarcasmo que lhe habita, reconhecendo intimamente ser perfeito atoleimado por acreditar nela.
As a-gonias e an-gústias por con-sentir o transitivio direto do verbo gnose agir conforme o há-de ser das contingências, e o que foge às dimensões da sensibilidade e da alma pervaga no pretérito do perpétuo, postergando o vazio, fonte da idoneidade absoluta de todas as utopias de re-vérberos a consumar a vacuidade do nada.
Esplendido. Espetacular. Todas as verdades fenecem e o absoluto permanece virgem e inocente diante do que trans-cende a essência do divino. Todos os absolutos que se a-nunciam e revelam-se ao longo dos abismos do há-de temporalizar conhecem a bifurcação horizonte/universo, e para escaparrm  às ilusões e quimeras enveredam-se pelos pampas sem limites do espaço. O além precede o aquém, persegui-lo na trans-cendência  é retrocesso, retornar ao caos que se tornou cosmos, o cosmos que se tornou o inferno da metafísica do efêmero, nada havendo nos confins das arribas, lingua para fora, surpreendente o "ser" ser nada, o nada ser simplesmente gerúndio do particípio, infinitivo dos pretéritos subjuntivos.
Nem que a morte grite e vocifere suas glórias e júbios, sendo a travessia do absoluto ao nada, no ser ad-jacente do perpétuo habita o telos do mistério que no jogo aberto das primícias a eternidade se abre às perspectivas do nous. 

Nos campos, nas florestas, nos abismos, nada há, nem haverá, que re-verse a travessia da nonada à passagem do perpétuo da verdade. Nihilismo? Sim e não, tomando a pena, cuja tinta não inscreve ou escreve a palavra inter-dita ou inter-alinhada ao crepúsculo rumo ao onírico do amanhecer, do tempo que se perde nos interstícios da história na mente, as dialécticas nas mãos, a esperança do sublime debaixo da ponte em que as águas passam imanentes e imaculadas.

Manoel Ferreira Neto.

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