O coração esteja aberto para sentir nas
entrelinhas o meditar diante da vida, o efêmero que con-ting-encia o vir-a-ser
do nada, e este eleva o porvir ao cume dos alhures do tempo à busca da refinada
beleza do ser, do querer desejar ser, do expressar o verbo do espírito que
retrata a vida no per-curso das estrelas à margem do uni-verso esplendendo o
lado outro da lua, a dimensão re-versa das emoções
ad-versas do que há-de se traduzir num estado de paz, alegria, que tem na sua
certeza o encanto e des-encanto do momento singular e sui generis do inaudito,
imprescindível de ser versejado às luzes numinosas da memória ensejando
lembranças e re-cord-ações a jornadearem pelos notívagos silêncios que ritmam
dons e talentos do litteris do que trans-cende a espiritualidade, além das
essências da peren-itude, onde só per-vagam miríades de luzes que velam as
in-congruências subjetivas das sorrelfas perdidas no per-curso das sarapalhas
da liberdade que inscreveram, epigrafaram, epitafiaram estrofes do longínquo
eivado de quaisquer possibilidades de aproximação do que tergi-versa o soneto
da com-pletude do impossível à lírica do ab-soluto executado nas cordas da
harpa e cítara, ritmo e acorde do som das ondas marítimas aportando na ilha
grega das sabedorias dos deuses olímpicos que perscrutam a solidão do tempo.
A alma se entregue, re-vele-se na amplidão de suas
im-perfeições, na in-fin-itude de suas decepções com o alvorecer que
in-fin-itiva o outro do ser, mas opuscula o solipsismo do eu do não-ser, a
ipseidade perpétua do nada vazio de perspectivas que trans-elevem o ab-soluto
ao aquém do ab-surdo, em cujos in-terstícios e re-cônditos deste habitam, são
pedras angulares, húmus e semente viçosas, o in-terdito que re-vela mistério,
se manifesta enigma, se mostra lenda, lenda do caos re-vestido de genesis do
divino, as pers do nada criando, in-ventando, com os vestígios de pretéritos
das fantasias da perfeição, verdades da im-perfeição, certezas da im-perfeição
perfeita, o in-finito de locuções pronominais do verbo que defectiva os modos
das sombras do eclipse da lua, na montanha que circunda a ilha lusitana dos
sentidos, dimensões do espírito de Castro as melancolias e nostalgias,
in-estesias da solidão, sin-estesias de angústias esplendendo inspirações das
"iéticas" cinzas da vida re-nascendo nas eiras e beiras dos
"emas" da sensibilidade, eivando e seivando de pós do efêmero o
desejo da a-nunciação do eterno sob as vivas cores do arco-íris que
espiritualizam céu, nuvens brancas e azuis de sonhos, fé e esperança, a tríade
sintética do efêmero que naidifca as simil-itudes das insolências contra a
verdade perpétua do verbo que solsticia a palidez do crepúsculo, do entardecer,
na noite que se dirige à madrugada, prenúncio do amanhã, de primevas letras que
libertam o ipsis do cogito cócito das águas límpidas e cristalinas das margens
do deserto habitado de nonsenses e in-verdades do ser que des-folha as flores
da primavera nos campos elíseos do verbo que se deita, aconchega-se no peito da
esperança, sonhando, idealizando a plen-itude da verdade que seiva a vida de
sensibilidade.
Manoel Ferreira Neto.
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