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domingo, 2 de abril de 2017

No limiar da Loucura By Liége Vaz





Os nossos pensamentos interligam-se por ondas cerebrais invisíveis que, como teias, se entrelaçam por espaços longínquos em nossa memória, podendo emergir, de tempos em tempos, para o mundo real com a mesma força do fato à época vivenciado.

Muitas vezes tão nebulosos que mal cabem no espaço temporal da verdade presente. Porém, são resgatados de um breve instante de ruptura incompreensível dos sentidos para o consciente, dentro de uma realidade não mais tempestiva.

Trata-se de lembranças daquilo que experimentamos no passado, e que profundamente nos marcou...

O percurso desse emaranhado de caminhos cerebrais, por sobre brechas e frestas de espaços onde estão armazenados os compartimentos neuronais, muitas vezes são subtraídos de forças do estado consciente, para controlar determinados sentimentos e atitudes que venham a emergir, quando o inconsciente atua livremente no resgate de certas recordações.

Isso porque todos esses turbilhões existenciais estão aprisionados na memória de longa duração e, vez por outra, levemente, ou por um determinado gatilho que o aciona, respiram à consciência, com propulsões sem sentido límpido. Quando isso ocorre pode produzir os estados emocionais mais diversos, como: alegria, euforia, choro, desgosto, raiva, tristeza, saudade... E isso tudo faz parte do passado, mas o sentimento se torna robustecido no presente.

Loucura! Talvez não.

Todos seres humanos constroem e reconstroem as duas vidas a partir de constantes fugas do seu interior, para o mundo exterior... ou vice versa. Burlando qualquer conceito de perfeição do psicológico, sociológico ou filosófico. As barreiras da abstração do próprio ser existencial são rompidas, para um plano holístico que norteará o equilíbrio da visão que se tem da própria vida.

Nossa mente vive múltiplas e facetadas ondas que se entremeiam lineares, quando estamos no controle da lucidez, ou perpendiculares e oscilantes nos momentos dos devaneios. Como um invólucro dualista, entre o racional e o senil, que busca em nosso interior a própria verdade, para conviver com o caótico e eufórico mundo que nos encurrala, cheio de conflitos nos afugentando para cima ou para baixo, como parcela da nossa vã existência em determinados instantes da vida.

As nossas angústias e alegrias sobrevoam em órbitas congruentes, mas podem flutuar por ramificações cerebrais que se agregam em determinados momentos a outras situações, para transformar-se em novos sentimentos, conforme vamos reconstruindo em nosso interior premissas de satisfação.

Somos seres humanos complexos, distintos e ímpares... Não há um só igual. Nem mesmo aqueles que se intitulam almas gêmeas. Isso procede! Somos multíplices em tudo e as vezes em quase nada... Embora análogo no desenvolvimento das funções, somos distintos quanto a própria estrutura sensorial e perceptiva de mundo. Isso nos concede habilidades e competências únicas e próprias.

Portanto, muito bom que possamos pensar que recordar é viver... Porém, melhor ainda, é saber que todo o nosso cabedal de capital intelectual está retido em nossa mente e todo esse conhecimento armazenado, ao longo da nossa existência, sempre estará a nossa disposição, para que possamos aperfeiçoar nossas funcionalidades humanas, com reflexões mais profundas sobre o sentido da vida terrena. Também, que é possível melhorar o universo que nos rodeia, tão cheio de tribulações e fugaz.

Imagem do Google - http://istoe.com.br/142710_A+RECONSTRUCAO+DA+MEMORIA/


Direitos reservados Liége Vaz

Um comentário:

  1. Parabéns Liege!!!Maravilhoso texto, foto condizente tudo perfeito poetisa.Concordo quando diz que somos complexos e ímpares somos mesmo, falta tomarmos consciência disso!Beijos

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